Arquivo do mês: agosto 2015

46ª Aratu Maragojipe

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Não, não foi lapso e nem desatenção que deixei de comentar sobre a 46ª Regata Aratu Maragojipe, que aconteceu dia 22/08. O problema é que me apeguei com uma incomoda hérnia lombar – que minha Mãe diagnosticou taxativamente como doença de velho. Será? – e nessas horas a gente fica assim meio sei lá. Porém, sob os efeitos milagrosos da medicação receitada pelo comodoro Roberto Nadier – médico ortopedista da melhor cepa –, pude comparecer a festa de confraternização e registrar, de longe, algumas cenas da largada. A 46ªAratu Maragojipe, promovida pelo Aratu Iate Clube e organizada pela Via Náutica Consultoria e Eventos Desportivos, contou com mais de 90 veleiros na linha de largada, que como sempre deram um colorido especial as águas do Senhor do Bonfim. O grande vencedor, e Fita Azul, foi o catamarã Maguni, uma fera do mar, que completou as 30 milhas da prova em 2h56m48s. Abaixo estão algumas imagens da abertura oficial, que foi animada pela banda Estakazero e teve participação mais do que especial de Armandinho, Trio Elétrico Dodô e Osmar.

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Patescaria

patescariaAs águas da Baía da Guanabara recebeu no último final de semana, 29 e 30/08, a 34ª Patescaria – regata passeio que faz história na vela de oceano carioca. Quarenta e sete veleiros formaram a flotilha que foi recebida com festa nas dependências do Paquetá Iate Clube. Tradicionalmente a regata é realizada no dia dos festejos de São Roque – padroeiro da Ilha de Paquetá – que esse ano acorreu nos dias 16 e 17/08, mas devido aos treinos para as Olimpíadas Rio 2016 o evento foi transferido. Mas o que quer dizer patescaria? Segundo os dicionários informais que circulam nos oceanos internéticos, patescaria é um piquenique marítimo e patesco é definido como sendo um marinheiro inexperiente. A Patescaria carioca é sim uma verdadeira festa no mar e, como bem disse um participante: “- Quem não foi, perdeu.”

Aliando cultura e náutica

2 fevereiro (142)

Convite Encontro de ArtistasA Ilha de Itaparica não tem encantos apenas na gostosura de suas águas convidativas, porque ela tem cenários fascinantes e paisagens que formam um bálsamo para a alma livre daqueles que têm na natureza a fonte para suas criações. Sou apaixonado pelo ambiente bucólico que paira sobre as ruas que compõem o traçado urbanístico da velha aldeia dos Tupinambás. Ao caminhar pelos becos e vielas da antiga Taba, escuto ecos de um passado que se sente injustiçado com as maledicências de uma modernidade cruel e inclemente. Mas deixa ver e vamos em frente! Para os que veem a Ilha apenas como destino de uma boa velejada e local de uma ancoragem perfeita, saiba que Itaparica tem uma vida cultural ativa e bem interessante – de lá saiu um dos maiores escritores brasileiros, o saudoso João Ubaldo. Nesse final de semana, 29/08, tem inicio o 10º Encontro de Artistas e a programação se estende até o dia 18/09, com apresentação dos trabalhos de artistas plásticos, artesões, cantores, poetas, dançarinos, cineastas, ceramistas, escritores e outros. Tai uma boa dica para quem está a procura de um bom motivo para velejar.

O povo do mar na mídia

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A revista multifacetada Pindorama, uma publicação bem baiana que festeja a segunda edição, trás uma ampla matéria sobre os moradores de veleiros e entre eles estamos nós, juntamente com o casal Guta e Faustoveleiro Guruçá Cat, e os franceses do veleiro Mambala, Marc e Anaik Le Fur. A Pindorama é distribuída gratuitamente, além da cidade de Salvador, nas praias e municípios do litoral norte da Bahia. Vida longa a revista da “Terra das Palmeiras”

Sabe de uma coisa?

6 Junho (274)

Na página desse Diário que teve o título, O Grande Mar V, falei da situação de abandono que se encontram os rios brasileiros, que só em lembrar me deixa estarrecido. Escrevi o texto, que segue essa introdução, enquanto o Avoante navegava devagarinho as águas do Rio Paraguaçu e meus olhos procuravam vestígios de algum píer público. Não me queiram mal, porque foram palavras saídas do fundo do coração e que muitos podem até achar que são levianas.

Eu e todo navegante somos culpados, porque ficamos calados e inertes diante do descaso. Fazemos parte, junto às populações envolvidas, dos que seriam beneficiados e não estamos nem ai, pois fazemos de conta que não temos nada com isso. Um píer em boas condições de uso representa melhorias, atrai turismo, investimentos e desenvolvimento. Sem o píer todos perdem. É difícil entender isso? Acho que não!

Navegantes, clubes náuticos e população precisam levantar essa bandeira e partir para a luta. Cobrar ações, apresentar denuncias, mostrar para as pessoas o que elas estão perdendo, o quanto às cidades e povoados estão perdendo.

Sempre falei que o Brasil vive de costa para suas águas. Temos um litoral quase sem fim e dotado de infinita beleza. Do mar, o brasileiro curte apenas as praias e, assim mesmo, em dia de Sol. Dos rios, nem isso, pois nem conseguimos mantê-los limpos e despoluídos.

Temos um dos maiores e mais desejados rio do mundo, o Amazonas, e não sabemos e nem podemos aproveitá-lo livremente para a navegação amadora. Não existe apoio para isso, não existe segurança, não existem roteiros e nem guias náuticos confiáveis. Muito menos o interesse de alguma alma boa para fazer isso acontecer. Hoje navegando no baiano Paraguaçu, fico com esse grito preso na garganta. Quanto desperdício! Quanto descaso com a coisa pública! Quanta falta de visão das autoridades!

A Bahia tem sua história intrinsecamente ligada ao mar e das águas surgiram grandes personagens de sua história, navegando em belos saveiros e canoas de tronco. Tudo isso está sendo jogado no lixo como se não fosse nada. Como se não representasse nada. Parece até que querem apagar a história de um povo. O que é isso gente?

Não se comete uma desfeita sem que se pague um preço por ela. A história é inclemente com os malfeitores e usurpadores dos bens públicos. Como é também com quem se cala, se ajoelha, se acovarda e aplaude o descaso alheio.

O Paraguaçu ainda está vivo, porém, entristecido e com um jeitão de um velho abandonado. Não se abandona um velho a própria sorte, porque isso é um crime irreparável. O que vamos dizer as gerações futuras? Será que vamos deixar apenas que os livros contém como era? Que velhas e desbotadas fotografias denunciem o que deixamos para trás? Culpar a quem se os culpados somos nós mesmos.

Aqueles que têm a felicidade de viajar pelo velho continente, pelos EUA ou algum país que valoriza rios e mares, retornam contando maravilhas do que viram por lá. A França com seus canais sendo navegados por confortáveis embarcações. A Espanha com suas belas marinas e portos modernosos. A Croácia com suas águas cristalinas e apetitosas. Os EUA com sua instigante intracoastal waterway. A Turquia, a Grécia, Portugal, Itália, o Mediterrâneo. Tudo lindo, tudo preservado e acenando para o turista. No Brasil temos tudo isso embaixo de nosso nariz e viramos o rosto, porque não queremos cobrar, não sabemos exigir, não queremos enxergar.

Ficamos boquiabertos diante das manchetes dos jornais, quando estes flagram o descaso, a poluição, a destruição dos rios, a corrupção desvairada e no segundo seguinte, esquecemos tudo, pois ficamos conformamos, achando que sempre foi assim e assim será para o sempre.

Nós navegadores desse Brasil imenso, perdemos tempo em debater os últimos lançamentos da indústria eletrônica. Desperdiçamos sonhos em busca de barcos maiores. Confabulamos em intermináveis, e sem futuro, bate papos sob os palhoções dos clubes. Digladiamo-nos para alcançar o poder dentro das associações náuticas e esquecemos o que realmente precisamos. Será que perdemos o norte, ou será que a navegação pura e simples não é a nossa praia?

É com tristeza que olho hoje para as águas do velho Paraguaçu e vejo nelas o reflexo de todos os rios brasileiros. Todos mal amados e esquecidos. Todos precisando de apenas um afago para sair da lama em que se encontram metidos.

Somos todos culpados! Infelizmente!

Nelson Mattos Filho/Velejador

O Jack Sparrow cervejeiro

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Claro que se o pirata Jack Sparrow tivesse um veleiro lindo assim jamais conseguiria aprontar as estripulias que encantaram as salas de cinema mundo afora, porém, com certeza, deixaria os adversários loucos de raiva, porque nem uma saraivada de balas, dos velhos canhões, o pegaria na carreira. Mas o HPE Jack Sparrow, que está prontinho da silva para fazer bonito na 46ª Regata Aratu/Maragojipe, dia 22/08, carrega um tesouro que muitos piratas adorariam ter a bordo: Uma enorme geladeira de cerveja estupidamente gelada. Claro também que a foto, ou retrato, é uma ilusão de ótica e uma alegria para o retratista, que sou eu mesmo, e confesso até diante do bispo que foi sem querer, porque somente vi o feito depois que fui conferir o mal feito. Mas até que seria divertido ver o capitão Fleury, comandante dessa máquina de regata, cruzando como um raio as águas da Baía de Todos os Santos com uma geladeirinha assim. Quem sabe? De cerveja eu sei que ele gosta! 

Complementando o texto Comentando Comentários

 

Comentando comentários

2 Fevereiro (7)

O texto de hoje foi publicado em junho de 2015 na coluna Diário do Avoante, que assino há 8 anos no jornal potiguar Tribuna do Norte. A coluna é publicada aos domingos e foi de lá que saíram as cinquenta crônicas que compõem o livro Diário do Avoante.

COMENTANDO COMENTÁRIOS

Em um giro pelos sites de mídia social busquei assunto para preencher essa página do Diário, mas me vi perdido navegando entre frases e afirmações que me causaram espanto. Não acho que a vida precise ser levada tão a sério a ponto de não podermos atravessar o passo. Minha decisão pelo mar foi para seguir mais próximo de um mundo que um dia sonhei existir. Hoje sei que ele existe!

Sei que não é fácil tomar a decisão de morar a bordo de um veleiro, porque passei por isso e sei o quanto acabrunhado fiquei ao deparar-me com dilemas e medos, mas nem por isso perdi o rumo do sonho. Poderia muito bem ter desistido na primeira encruzilhada, porém, o desejo de seguir em frente bateu pé e sem olhar para os lados continuei caminhando.

Quase sempre me vejo diante de pessoas que pensam fazer a mesma opção de vida que fizemos, mas basta um dedinho de prosa para ter a certeza que o que elas têm é apenas vontade e o não sonho. Vontade é aquela coisa que dá é passa e sonho é aquilo que fica pulsando em nossa mente por toda a vida e enquanto não realizamos ele vai se tornando uma ferida incurável.

É da natureza humana deixar o sonho para depois ou achar que tudo não passa de utopia. Muitas vezes ele está a um passo da realização, porém, teimamos em fechar os olhos para não enxergá-lo. Somos mestres em inventar desculpar esfarrapadas e pavimentar atalhos coloridos para nossas desistências, achando assim que estamos tomando a decisão mais acertada. Acertada para quem cara pálida?

Numa rodada de bate papo pelos mares internéticos, em que fiquei apenas como um mero observador, alguém escreveu, e outros aprovaram, que morar a bordo de um veleiro era uma coisa desumana e que se ele um dia fizesse essa opção, o faria cercado de muito conforto. De início não entendi o “muito”, mas no decorrer do bate papo vi que do outro lado da tela estava um destruidor de sonhos.

Destruidor de sonhos é aquela pessoa que deixou o tempo passar e quando ele finalmente saiu em busca de realizar o sonho de vida, infelizmente percebeu que ele havia passado. Gastou boa parte da vida equipando o barco para a grande viagem, comprando os últimos lançamentos em eletrônica, se inteirando dos melhores conhecimentos náuticos, aperfeiçoando e refazendo tudo a cada virada de ano e quando se deu conta, não tinha condições físicas e nem saúde para tocar o barco.

Mas não pense que o destruidor de sonho é apenas aquele em que a idade avançou um pouco mais da conta, pois ele se apresenta nas mais variadas formas e idade. Tem aquele chato que fica azucrinando os ouvidos alheios e se gabando que seu veleiro é o que existe de mais moderno no mundo e está equipado com os últimos lançamentos do salão náutico do mundo intergaláctico.

Tem também aquele que sofre da síndrome do Joãozinho e adora jogar um balde de água fria na alegria dos outros com frases assim: O meu é melhor do que o seu! O meu é mais moderno do que o seu! O meu é mais perfeito! Se eu fosse você faria igual a mim! O seu não vai funcionar com perfeição! Se a gente ficar enfurecido e apontar para as partes baixar e perguntar: Você tem um desses? Com certeza ele irá responder: – Não, mas tenho um que dá dois desse! O cabra não perde uma!

Em outro grupo os participantes comentavam sobre um velejador estrangeiro, de 76 anos, que morou boa parte da sua vida a bordo no Brasil e que faleceu no começo de 2015. Esse velejador morava em um veleiro de pouco mais de cinco metros e viveu a vida seguindo os manuais de um bom velejador de cruzeiro, que diz assim em seu artigo único escrito em letras imaginárias: Embarque com a alma focada na simplicidade, perseverança, prazer, alegria e paz.

Infelizmente não tive o prazer de conhecê-lo, mas ao ler os comentários, contidos no grupo de bate papo, vi com tristeza que sua forma de vida estava sendo passada a limpo de uma forma destorcida, perversa e por pessoas que nem chegaram a conhecê-lo. Alguém o acusou de mendicante, outro de maluco e, como sempre, teve quem o definisse como um grande irresponsável.

Mas é assim mesmo. Quem resolve fugir dos parâmetros estabelecidos pela sociedade, que nem sempre são tão estabelecidos assim, tende a receber estigmas. A vida em um veleiro é bela, rica em simplicidade e incrivelmente desarmada de tendências e modismos. Quem decide por ela tem que saber dosar os sentidos e a razão.

A urbanidade é uma velha feiticeira que sabe iludir suas crias em um mar de emoções. O mar é um velho mágico transvertido de encantos.

Não me acuse de estar fazendo apologia à vida a bordo, mas se quiser pensar assim pode ficar certo que você está certíssimo.

Nelson Mattos Filho/Velejador

Um trimarã de 100 pés e não tripulado

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Grandes aviões, naves espaciais e satélites não tripulados, cruzam o espaço há anos em trabalhos de pesquisas e uso militar, mas nos oceanos ainda são poucas as embarcações com essa característica. Elas se restringem a pequenos submarinos e outras poucas mini embarcações envolvidas em trabalhos comerciais, porém, muito em breve receberemos notícias cientificas vindas do trimarã MARS, que está sendo desenvolvido pela Universidade de Plymouth, o escritório Shuttleworth Design e um grupo de especialistas em equipamentos autônomos MSubs. O MARS, com 100 pés de comprimento, está sendo projetado para cruzar o Oceano Atlântico a partir de 2020 em estudos de pesquisa. O trimarã utilizará apenas a energia do vento e do sol e será equipado com com vários drones para auxiliar nos seus trabalhos. Os sonhos do homem não param! 

fonte: revista náutica online.

Sistema de Balizamento IALA

4 Abril (118)

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Como acontece com os automóveis e aeronaves, uma embarcação precisa seguir algumas regras para navegar em segurança. Uma dessas regras é o Sistema de Balizamento IALA (Associação Internacional de Sinalização Marírtima), que divide o mundo em duas áreas, IALA A E IALA B, e determina a sinalização nas entradas de portos, barras e indica perigos isolados. Na área A a sinalização encarnada fica situada por bombordo, na entrada do canal, em relação a proa da embacação. A sinalização é composta de cinco categórias: Sinais Laterais; Sinais Cardinais; Sinais de Perigo Isolado; Sinais de Águas Seguras e Sinais Especiais. O Brasil faz parte da área B – sinalização verde fica por bombordo na entrada de um canal e porto. Para ninguém ficar em dúvidas, vamos ver como isso funciona e como é o formato dos balizas: 

SISTEMA DE BALIZAMENTO MARÍTIMO, REGIÃO “B”, DA IALA

BALIZAMENTO CEGO E LUMINOSO

1 – SINAIS LATERAIS

1.1 – BOMBORDO

Cor: verde.

Formato: cilíndrico, pilar ou charuto.

Tope (se houver): cilindro verde.

Para serem deixados por bombordo por quem entra nos portos.

Quando luminosa, a bóia exibe luz verde com um lampejo ou uma ocultação por período.

1.2 – BORESTE

Cor: encarnada.

Formato: cônico, pilar ou charuto.

Tope (se houver): cone encarnado com o vértice para cima. Para serem deixado por boreste por quem entra nos portos. Quanto luminosa, a bóia exibe luz encarnada com um lampejo ou uma ocultação por período.

1.3 – CANAL PREFERENCIAL A BORESTE

Cor: verde com uma faixa larga horizontal encarnada.

Formato: cilíndrico, pilar ou charuto.

Tope (se houver): cilindro verde.

Quando um canal se bifurca e o canal preferencial for a boreste, o sinal lateral de bombordo, modificado, pode ser usado. Quando luminosa, a bóia exibe luz verde com um grupo de lampejos compostos (2+1) por período.

1.4 – CANAL PREFERENCIAL A BOMBORDO

Cor: encarnada com uma faixa larga horizontal verde.

Formato: cônico, pilar ou charuto.

Tope (se houver): cone encarnado com o vértice para cima. Quando um canal se bifurca e o canal preferencial for a bombordo, a sinal lateral de boreste, modificado, pode ser usado. Quando luminosa, a bóia exibe luz encarnada com um grupo de lampejos compostos (2+1) por período.

2 – SINAIS CARDINAIS

2.1 – Os quatro quadrantes (Norte, Sul, Leste e Oeste) são limitados pelas direções verdadeiras NW-NE, NE-SE, SE-NW, SW-NW, tomadas a partir do ponto de referência.

2.2 – O ponto de referência indica o ponto a ser defendido ou indicado pelo sinal.

2.3 – Um sinal cardinal recebe o nome do quadrante no qual ele se encontra.

2.4 – O nome de um sinal cardinal indica o quadrante em que o navegante deve se manter; o referido quadrante tem centro no ponto de referência.

2.5 – Eles podem ser usados, por exemplo:

a. Para indicar que as águas mais profundas estão no quadrante designada pelo sinal.

b. Para indicar o quadrante seguro em que o navegante deve ultrapassar um perigo.

c. Para chamar a atenção para um ponto notável em um canal, qual seja

uma mudança de direção, uma junção, uma bifurcação ou o fim de um baixio.

2.6 – SINAL CARDINAL NORTE

Tope: dois cones pretos, um sobre o outra, com os vértices para cima.

Cor: preto sobre o amarelo.

Formato: pilar ou charuto.

Luz: branca.

Caraterística: LpR ou LpMR

2.7 – SINAL CARDINAL LESTE

Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, base a base.

Cor: preto comum a faixa larga horizontal amarela.

Formato: pilar ou charuto.

Luz: branca.

Característica: GrLpMR (3) 5s ou GrLpR (3), 10s.

2.8 – SINAL CARDINAL SUL

Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, com os vértices par a baixo.

Cor: amarelo sobre o preto.

Formato: pilar ou charuto.

Luz: branca.

Característica: GrLpMR (6) + LpL. 10s ou GrLpR (6)+LpL 15s.

2.9 – SINAL CARDINAL OESTE

Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, ponta a ponta.

Cor: amarelo com uma faixa larga horizontal preta.

Formato: pilar ou charuto.

Luz: branca.

Característica: GrLpMR (9) 10s ou GrLpR (9) 15s.

3 – PERIGO ISOLADO

Tope: duas esferas pretas, uma sobre a outra.

Cor: preto com uma ou mais faixas largas horizontais encarnadas.

Formato: cônico, pilar ou charuto.

Indicam perigos isolados. O sinal de perigo isolado é aquele construído sobre ou fundeado junto ou sobre um perigo que tenha águas navegáveis em toda a sua volta.

Quando luminosa, a bóia exibe luz branca com dois lampejos por período.

4 – ÁGUAS SEGURAS

Tope (se houver): esfera encarnada.

Cor: faixas verticais encarnadas e brancas.

Formato: esférico; pilar ou charuto, com tope esférico.

Indicam águas navegáveis em torno do sinal; incluem sinais de linha de centro e sinais de meio de canal. Tal sinal pode também ser usado como alternativa para um cardinal ou lateral, indicando uma aproximação de terra. Quando luminosa, a bóia exibe luz branca isofásica ou de ocultação de lampejo longo a cada 10 segundos ou a letra “A” em código Morse.

5 – BALIZAMENTO ESPECIAL

Tope (se houver): formato de “X” amarelo.

Cor: amarelo

Formato: opcional sem conflitar com outros sinais.

Luz: amarela.

Característica: qualquer, diferindo das dos sinais cardinal, perigo isolado ou águas seguras.

Sinais que não são primordialmente destinados a orientar a navegação, mas que indicam uma área ou característica especial mencionada em documentos náuticos apropriados. Exemplo: bóias aceanográficas; sinais de separação de tráfego onde o uso de sinalização convencional de canal possa causar confusão; área de despejos; área de exercícios militares; cabo ou tubulação submarina; área de recreação; prospecções geológicas; dragagens; varreduras; ruínas; áreas de segurança e outros fins especiais.

6 – NOVOS PERIGOS

O termo “Novo Perigo” é usado para descrever obstruções recentemente descobertas e ainda não indicadas em cartas e documentos náuticos. Os novos perigos incluem obstruções como bancos de areia, rochas ou perigos resultantes da ação do homem, tais como cascos soçobrados.

Sinalização de novos perigos:

6.1 – Os novos perigos devem ser balizados de acordo com as presentes normas. Se o perigo oferecer risco especialmente grave à navegação, no mínimo um dos sinais usados para balizá-los deverá ser duplicado por um sinal adicional.

6.2 – Qualquer sinal luminoso com o propósito de assinalar novos perigos deve ter a característica luminosa de lampejos rápidos ou muito rápidos.

6.3 – Qualquer sinal usado para duplicação deve ser idêntico ao seu par em todos os aspectos.

6.4 – Um novo perigo pode ser defendido por um sinal de racon codificado “D”, mostrando um comprimento de uma milha náutica na tela do radar.

6.5 – O sinal usado para duplicação pode ser retirado, quando se julgar que o novo perigo que ele assinala já teve sua existência suficientemente divulgada.

7 – SIMBOLOGIA

LpL – Lampejos Lentos.
LpR – Lampejos Rápidos.
LpMR – Lampejos Muito Rápidos.
GrLpMR (3) 5s – Grupo de 3 Lampejos Muito Rápidos com período de 5 segundos