Arquivo do mês: dezembro 2018

Um sonho, uma paixão

01 - Janeiro (61)

O texto abaixo foi enviado pelo velejador/jornalista Walter Garcia, o amigo que um dia estava escrevendo uma matéria na varanda do Iate Clube do Natal, quando cheguei para atrapalhar sua concentração. Foi aí que ele parou, olhou para mim e falou: – Nelson, aquele veleiro com o mastro quebrado está a venda… Avoante, uma paixão!

“Eu comprei o barco para um sonho pessoal … e nunca vou vendê-lo, nem mesmo para um sonho compartilhado …

Eu conheci velejadores que me ensinaram muito e enriqueceram meu espírito …

Eu conheci outros que fiquei feliz por poder esquecer …

Eu passei frio …

Eu passei calor …

Eu ri muitas vezes no leme, uma risada estúpida …

E meu choro eram apenas espirros na minha cara …

Eu vi lugares maravilhosos e vivi experiências inesquecíveis ….

Às vezes eu forcei um pouco e fiquei com medo …

Outras vezes eu simplesmente fiquei com medo, mas, no final, foi maravilhoso …

Às vezes eu preferi descer para saborear um prato de espaguete …

Mas eu nunca perdi um pôr do sol

Eu cumprimentei e conversei com completos estranhos …

Quando na vida acho difícil conviver com pessoas que vejo todos os dias …

Eu saí com os demônios dentro de mim …

E voltei para casa com paz no coração …

Outras vezes achei que era perigoso …

Toda vez que entro no barco, penso em como é maravilhoso …

Parei de falar com quem não entende …

E passo horas fazendo isso com quem nem preciso explicar …

Eu gastei dinheiro …

Mas tudo isso não vale um único momento quando estou em um barco …

Não é um meio de transporte nem uma peça que flutua …

É a parte que falta da minha alma e do meu espírito …

E para aqueles que me dizem para parar, vender, crescer e ser uma pessoa séria …

Eu não respondo …

Mas eu simplesmente fecho a porta …

E eu sorrio …”

 

Autor desconhecido

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Que venha 2019!

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O Pato no Tucupi

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Adoro um bate papo em volta da mesa após as refeições em família e amigos, porque é nessas horas que fluem os mais animados e variados assuntos e as boas recordações da vida. Foi em um desses encontros pós-jantar, que minha Mãe comentou uma viagem que fez com meu Pai, a Belém do Pará, e lembrou do prato que pediu.

Meu Pai só sabia pedir um tipo de prato e era engraçado observá-lo passear o olhar pelo cardápio, que para alegria momentânea do garçom, começava logo pela folha dos mais caros, e após pedir explicações detalhadas sobre a receita, cravava um “x” no velho e bom filé com fritas e arroz. Nessas horas minha Mãe dizia: – Nelson, não sei porque você pede o cardápio, pois só sabe pedir isso. Ele apenas sorria. Pois bem, em um restaurante na capital paraense, Ele foi no “filé de sempre” e Ceminha pediu o famoso Pato no Tucupi, prato tradicional da cozinha do Pará e um dos mais pedidos durante os festejos do Círio de Nazaré, manifestação religiosa em devoção a Nossa Senhora, que reúne no segundo domingo de outubro cerca de dois milhões de pessoas pelas ruas de Belém. Diante da escolha de minha Mãe, papai comentou: – Cema, você quer isso mesmo? – Claro que quero! A gente chega em um lugar diferente, tem de pedir o prato tradicional. Ainda mais que sou acostumada a comer pato. Já comi torrado, ao forno, cozinhado. Gosto de pato e agora vou comer no tucupi. Meu Pai balançou a cabeça, pediu uma cerveja para espairecer o calor do Pará e disse: – Tá certo!

Entre uma cerveja e outra e umas juras de amor juramentadas, surge o garçom com as bandejas e põe a comida na mesa. Papai conferiu o filé, lambeu os beiços, pegou os talheres e antes de traçar o suculento bife, olhou para Ceminha que mirrava o prato de maneira esquisita, com um pedaço do pato boiando naquele molho branco, coberto por umas folhas de jambu, um cheiro saído das ocas indígenas e perguntou: – O que foi Cema, não gostou da escolha? Ela respondeu assim meio sem graça: – Gostei muito não, acho que vou comer um pedacinho do seu filé!

Pois é, a aventura gastronômica de Ceminha no restaurante paraense não foi das melhores, mas ela tem toda razão quando diz que devemos sempre provar as comidas típicas dos lugares que visitamos. Como dizer que fomos ao Pará se não provarmos o Pato no Tucupi e nem o Tacacá, outra iguaria típica, de origem indígena, a base de tucupi, goma de mandioca, jambu e camarão seco, uma mistura exótica e de sabor inigualável? Como ir a Bahia e não comer uma moqueca ou um acarajé? Fica difícil, não é? Agora, queria saber se algum dia Ceminha desse um giro pelo continente asiático se iria provar uns espetinhos de escorpião, umas larvas cozidas ou mesmo umas baratas fritas. Eca, Deus é mais!

Nelson Mattos Filho

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A vida….

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Pesquei o texto abaixo, assinado pelo filósofo e psicoterapeuta alemão Berth Hellinger, do Facebook do amigo de longas datas, Gerson de Souza Barbosa, e nem pedi permissão, mas sei que ele abonará minha falta. – E a mata da imagem? – É nas margens do Rio Paraguaçu, uma das joias da Bahia.

Cotidiano

“A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade. A vida vai destruir todo o supérfluo, até que reste somente o importante. A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como “É”. A vida vai retirar o que você tem, até que você parar de reclamar e começar agradecer. A vida envia pessoas conflitantes para te curar e para que você deixe de olhar pra fora e comece refletir o que você tem dentro.
A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição. A vida te tira do caminho e te apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar e você flua como um rio. A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”. A vida te assusta e assusta quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.
A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.
A vida te distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém. A vida ri de você tantas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo. A vida quebra você e quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar ali.
A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar. A vida repete a mesma mensagem, mesmo com gritos e tapas, até você finalmente ouvir. A vida envia raios e tempestades, então você acorda. A vida o humilha e derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer. A vida lhe nega bens e grandeza até que você pare de querer bens e grandeza e comece a servir. A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que você não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e voe do Ser. A vida lhe nega milagres, até que você entenda que tudo é um milagre. A vida encurta seu tempo, então você se apressa para aprender a viver. A vida te ridiculariza até você se tornar nada, até você se tornar ninguém, e então você se torna tudo.
A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa evoluir. A vida te machuca, te machuca, te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração. A vida te esconde os tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.
A vida te nega a Deus, até você vê-lo em todos e em tudo. A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta, te quebra… até que só o AMOR permaneça em ti.”

Berth Helinger

Você é linda!

11 Novembro (172)

Fonte de mel/Nos olhos de gueixa/Kabuki, máscara/Choque entre o azul/E o cacho de acácias/Luz das acácias/Você é mãe do sol/A sua coisa é toda tão certa/Beleza esperta/Você me deixa a rua deserta/Quando atravessa/E não olha pra trás/Linda/E sabe viver/Você me faz feliz…./Você é linda/Mais que demais/Você é linda sim/Onda do mar do amor/Que bateu em mim/Você é forte/Dentes e músculos/Peitos e lábios/Você é forte/Letras e músicas/Todas as músicas/Que ainda hei de ouvir…./Mulher das estrelas/Mina de estrelas…./Você é linda/E sabe viver/Você me faz feliz…./Gosto de ver/Você no seu ritmo/Dona do carnaval/Gosto de ter/Sentir seu estilo/Ir no seu íntimo/Nunca me faça mal…./Linda/Mais que demais…/Você é linda.

Um dia o poeta escreveu assim e hoje saio a cantarolar por aí. Parabéns, meu amor!

Previsão do tempo na terra brasilis

br1 (1)A semana que começou em Lua crescente, também foi de chuva em boa parte do Brasil e pelos dados dos “meninos” do CPTEC/INPE, São Pedro manterá as torneiras abertas, aqui, ali, acolá, até o dia 15. Da minha varandinha de praia, numa Enxu mais bela, mantenho um olho no nascente e outro no poente na esperança de decifrar os sinais emitido pela natureza e me alegro com o que vejo e até o pé de banana leite, que andava meio sei lá, fez brotar o primeiro mangará 20181210_160938 e daqui uns dias teremos fartura. O Nordeste com chuva é bom demais!