Arquivo do mês: novembro 2011

Resultado final do Circuito de Vela da Lagoa do Bonfim

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Saiu o resultado final do Circuito de Vela da Lagoa do Bonfim/RN  que teve como grande campeão o velejador Luiz Felipe com seu Hobie Cat 14, que somou 539 pontos e participou de todas as etapas. Felipe também foi o campeão da classe HC 14 que teve como segundo e terceiro lugares os velejadores Rubinho e Gilberto Lima. Na classe Laser o primeiro lugar com 455 pontos, e também participando de todas as etapas, ficou o velejador Gilberto Leite, seguindo de Geraldo Dantas e Roberto Montenegro, respectivamente segundo e terceiro lugares. Na classe Dingue o primeiro lugar ficou com o Dingue Aventureiro, do comandante Kleber, seguido do Dingue do comandante Alexandre. Na classe especial, que reúne barcos com apenas um modelo na competição, mas que mesmo assim dão um colorido especial a flotilha, ficou o primeiro lugar com o veleiro Tartarugo, do comandante Daniel Bahiano, seguido do veleiro Betânia, do comandante Ricardo Maia. Sábado, 03/12, será a grande festa de encerramento do Circuito do Bonfim, com uma super velejada de contravento saindo do terreno dos evangélicos até a prainha do Artur. Em seguida a flotilha retorna em barqueata até o Clube dos Caçadores, onde acontecerá a grande festa de confraternização.

Considerações de uma navegada

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Navegar no Mar do Caribe e em torno das ilhas que compõe todo aquele cenário mágico de beleza, na verdade nunca fez parte dos nossos sonhos quando resolvemos morar a bordo do Avoante. Pretendíamos mesmo era conhecer todos os recantos possíveis do litoral brasileiro e daí, um dia, partir para uma volta ao mundo e conhecer tudo o que os caminhos do mar pudessem nos levar. As ilhas do Caribe e suas histórias de tesouros e piratas seriam nossa rota natural para desbravar o mundo e, com certeza, nada passaria ao largo.

Hoje depois de ter chegado às portas desse mar que encanta e faz parte da história de vida de milhares de velejadores pelo mundo, ainda continuo com o mesmo pensamento, mas com muito mais pressa para descer todo o litoral brasileiro e depois subir com o nariz apontado para a proa do Avoante.

A viagem no veleiro Itusca, de Natal a Trinidad, nos abriu as portas para um mundo que sabíamos que existia, mas que a nossa consciência náutica ainda não havia alcançado e mostrou o quanto adoramos esse mar que nos acolhe.

Sempre vislumbrei o mar como um ser enigmático e dono de um humor dos mais difíceis, mas nunca tive medo dos seus rompantes de bravura, pois sempre o respeitei e nunca tentei medir forças com ele.

O grande Netuno, rei dos mares, e seu grandioso exército de guardiões sempre foram zelosos com a gente e nunca botaram as barbas de molhos, nem se armaram com reluzentes tritões diante de nossa passagem. Baixamos a cabeça sim, mas em sinal de respeito e amor ao mar.

Fazer parte da tripulação do veleiro Itusca, a convite do amigo Eduardo Zanella, foi para nós um prêmio a tudo o que plantamos até agora diante dos amigos que o mar nos presenteou. Foi uma viagem de aprendizado e uma das mais tranquilas que fizemos, num mar espelhado e com vento na média de 9 nós de velocidade.

Uma viagem diferente de todos os relatos que já havíamos escutado sobre esse trajeto. Não sentimos, nem tivemos nenhum sinal de que algum pesqueiro quisesse nos abordar, como às vezes escutamos em rodas de bate-papos, e olhem que navegamos muitas vezes entre eles de dia e de noite. Os dois únicos sustos aconteceram mais por criação das nossas mentes viciadas no pior.

Navegamos num mar adormecido e extremamente dócil, com o vento debandando para os lados de um furacão que se formava ao longe e sem a gente saber de nada. Alias, desse monstro com nome de mulher avistamos sua face tenebrosa se formar várias vezes no horizonte muito longe, mas era apenas cara feia e nada mais. Irene estava mais interessada em outras quebradas.

Avistamos muitos golfinhos, alguns suspiros de baleias, fomos seguidos durante horas por um bando de atuns brincalhões, pegamos dois deles para nos servir de alimento, tomamos banho de mar a 200 milhas da costa e nadamos num mar de um azul tão intenso que chegava a incomodar. Assistimos belos e inesquecíveis pores-do-sol e navegamos no rastro prateado de uma Lua tão grande e tão bela que somente os poetas sabem descrever. Vimos o Sol derramar seus raios alaranjados sobre aquele mar netuniano e espalhar vida no universo.

Presenciamos o poderoso Rio Amazonas medir focas com o mar e inundar o oceano com os seres e os cheiros vindos das profundezas da floresta pulmão do mundo. Foi um show da natureza e a gente ali de boca aberta a observar.

Cruzamos com emoção e brindamos com a mais legítima cachaça brasileira a linha que divide o mundo em norte e sul e conquistamos o direito de explorar todos os mares do mundo.

Essa foi a nossa navegada de Natal a Trinidad e que um dia esperamos refazê-la a bordo do nosso Avoante. Não podemos precisar o dia, pois como diz a música: “… veleiro vai devagar, depende do vento e do mar…”

Queremos agradecer ao nosso comandante Eduardo Zanella pelo carinho com que nos convidou para participar dessa tripulação. Eduardo é um comandante e velejador extremamente competente, receber esse convite foi para nos um presente que nunca iremos esquecer. Agradecer também aos companheiros de tripulação Ubirajara Carratu e Guilherme Tramontina, dois marinheiros de primeira viagem em velejadas longas, mas que se comportaram como verdadeiros lobos do mar.

Eu sempre disse que barco tem alma e por isso não posso deixar de agradecer ao Itusca, por nos ter acolhido tão confortavelmente e ter demonstrado toda segurança tão presente nos grandes barcos marinheiros. Navegamos nele com muito carinho e ele soube por isso reconhecer.

Nelson Mattos Filho/Velejador

Acidente em Trinidad vitimou velejador brasileiro

Essa notícia entristeceu o mundo náutico brasileiro na manhã dessa Segunda-Feira, 28/11. As informações ainda são poucas, mas alguns amigos que estavam pelo Caribe já fizeram alguns relatos. O texto abaixo e a foto do casal, copiei do blog do veleiro Planeta Água. O texto é um email do amigo e velejador José Zanella que recentemente esteve com o casal em Trinidad.

 Semana passada, em Trinidad, convivemos alguns dias com Andy e Galdo, em Trinidad. Um casal fantástico. Já estamos em Curaçao, mas ontem à noite consegui contato com a Andy que me contou que o mastro da mezena do Baleeiro – que está no seco, numa marina – caiu sobre um fio de alta tensão, vitimando o Geraldo na hora. A Andy levou um choque e desmaiou. Foram socorridos pelo pessoal que estava na marina e por bombeiros. Ela foi levada para um hospital, mas teve alta no mesmo dia. Está num hotel, aguardando a chegada dos pais hoje à tarde. Essas são as informações que ela me passou.

Grande abraço, Zanella

Circuito de Vela da Lagoa do Bonfim – Foi Susseso!

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Com um excepcional senso de profissionalismo e extrema competitividade chegou ao fim o Campeonato de Vela da Lagoa do Bonfim 2011. Foram 11 etapas e 21 regatas que mexeram com os ânimos dos velejadores que tiveram a felicidade de participar das várias etapas e deram um colorido especial a essa lagoa que é a mais bela e a mais charmosa do Rio Grande do Norte. Timoneado pelo velejador Airton Viegas e sua equipe, o campeonato do Bonfim cresceu em todos os níveis e mostrou como é fácil organizar um evento se existe determinação, boa vontade e amor pelo esporte. Tive o prazer de participar como observador de três etapas e na 11ª e última etapa, eu e Lucia tivemos a alegria e a emoção de sermos homenageados como Convidados de Honra, numa galeria que consta três ex-comodoros do Iate Clube do Natal: Jaeci Emerenciano, Pedro Siqueira e Érico Amorim. Para nós foi o reconhecimento de todo o amor que temos pela vida náutica e pelo esporte a vela, pelo qual nunca abdicamos da alegria de ajudar, divulgar, juntar esforços e amigos.  O campeonato chegou ao fim, mas foi tão bom que os barcos ainda estão em seguimento, por isso, no próximo Sábado, 03/12, toda a flotilha estará novamente na água para uma grande festa de confraternização com a seguinte programação: Uma regata festiva saindo do Clube dos Caçadores até uma prainha que eles chamam de caribe da lagoa. Lá será montada uma mesa com brindes, onde cada velejador escolhe o seu. Logo após a flotilha cruza novamente a lagoa, numa bela barqueata, até o Clube dos Caçadores, onde uma grande festa está programada. Eu ainda não falei tudo sobre a 11ª etapa, uma prova super movimentada e cheia de lances emocionantes. Me aguardem!

Bar do Cobra Choca e os glutões do mar

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Bem, vou tentar explicar essa farra gastronômica para vocês e até já falei em outro post com o título Um maracatu em Natal. Nosso amigo Elder Monteiro, esse que aparecesse na quinta foto suando mais do que um cuscuz, chama esse prato de Osso de Dinossauro, mas o nome “cientifico” é Chambaril e ele é servido no Bar do Cobra Choca, um pequeno e famoso restaurante localizado no bairro do Bom Pastor, em Natal. Faz anos que eu e Lucia conhecemos o Cobra Choca, mas os jaibes que a vida obriga a gente a dar fez com que andassemos afastados de suas mesas simples e daquele ambiente despojado de salamaleques. Mas nunca esquecemos dos sabores deliciosos e carregados que saem dos fogões daquela casa. No ano passado Elder convidou o casal Helio e Mara, veleiro Maracatu, e o comandante Jordi, barco Ferrara, para comer um Osso de Dinossauro e quando ele falou onde era, nos embarcamos mais do que depressa na ideia e juntamos mais uma turma de velejadores para encarar o prato. A farra gastronômica foi de lascar o cano e saímos de lá mais empanzinados do que um padre depois de um bom almoço. O comandante Jordi gostou tanto do prato que na semana seguinte convidou todo mundo para encarrar novamente o bicho e assim fomos mais umas duas vezes e  a cada ida, o bucho ficava mais dilatado. Nesse ano de 2011, com a chegada dos velejadores visitantes da Regata Fernando de Noronha/Natal, Elder voltou a carga e reiniciamos a romaria ao Cobra Choca para alegria do Fernando, veleiro Andante, que se agarrou com o osso e quase que esquece a esposa Paula. Hugo e Catarina, veleiro Maruja e Rubens, veleiro Dóris, ficaram tão impressionados com a comilança que quase não falavam. O pirão do Chambaril, que aparece na terceira foto, é um caso a parte de tão bom e para completar o pecado da gula, a turma ainda enfrentou um prato de galinha caipira enfeitado com os ovinhos amarelos. Do Chambaril  não sobrou nada e até tutano foi devorado, mas o osso ninguém roeu.

Circuito de Vela da Lagoa do Bonfim – 11ª etapa

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Sábado, 26/11, vai acontecer a 11ª e última etapa do Circuito de Vela da Lagoa do Bonfim/RN, a partir das 14 horas. Se você está em Natal e procura um bom programa para incrementar o final de semana, esse é de primeira qualidade.

No mar sempre tem alguém pronto a ajudar

Depois de perder o mastro e tentar velejar com ajuda de uma mastreação de fortuna, feita com os pedaços que restaram, o veleiro Puma, participante  da Volvo Ocean Race, recebeu uma ajuda mais do que providencial de um navio cargueiro: Um pouco de óleo Diesel para tentar chegar mais depressa a Cidade do Cabo. O mar é grande, mas sempre tem alguém disposto a oferecer ajuda. Já em terra…!!!

A Volvo Ocean Race está comendo tocha

Acho que os organizadores da Volvo Ocean Race estão precisando da ajuda de uma mãe de santo para tentar colocar ordem na casa. Depois de ter dois barcos fora da prova logo após a largada, agora foi a vez do veleiro da equipe Puma perder o mastro quando navegava ao largo da costa sul brasileira. A equipe se retirou oficialmente da etapa e agora tenta chegar a Cidade do Cabo, Africa do Sul, com uma mastreação de fortuna. Já no barco da equipe Camper, que assumiu a segunda colocação com o acidente do Puma, o proeiro levou uma onda nos peitos e na queda perdeu um dente e sofreu um corte no lábio, mas com a ajuda dos companheiros de bordo o dente voltou para o lugar e lábio foi costurado. O veleiro Telefónica continua na frente da flotilha que agora tem somente 3 barcos.

Trinidad e Tobago – A chegada

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Rumo 295º, velocidade 6,5 nós, vento de 4 nós, mar de almirante e motor em 2 mil giros. No fogão uma deliciosa feijoada sendo preparada e mais um arroz de carreteiro para incrementar o almoço. Foi assim que deixamos o Suriname para trás e cravamos o rumo em direção a Trinidad e Tobago.

O vento que há dias não queria saber de trabalho, após o almoço começou a soprar mais forte e assim desligamos o motor para finalmente velejar. Nada melhor do que uma boa velejada para subir o moral de uma tripulação em um barco a vela. O uso do motor deixa a turma com cara de quem chupou bala e não tirou o papel. Mas, eu não estava muito confiante naquela demonstração de competência do grande Éolo e à noite, quando a Lua saiu, o vento abandonou o posto e deu lugar a calmaria de sempre. Eu estava certo! Novamente o motor! Continuar lendo

Dia da Bandeira

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Hoje, 19/11, foi comemorado o Dia da Bandeira e parece que nem percebemos. Alias, faz tempo que o povo brasileiro não se liga mais em seus símbolos maiores. Para marcar e lembrar a data, fotografei essa pequena canoa a vela que navegava solitária no Rio Potengi/RN, apesar da vela ter sido armada com a bandeira invertida valeu a homenagem.