Arquivo do mês: novembro 2023

Eita chuva boa!

CHUVA EM NATAL

A semana começou bem em Natal/RN com uma chuvarada de dar gosto e espantar o calor dos seiscentos diabos que castigava a cidade de Poti. A chuva começou na madrugada, deu uma aliviada para a turma não faltar ao trabalho e no final da tarde retornou com a força de Iansã com um espetáculo no céu de coriscos, relâmpagos e trovões. O resto da noite promete seguir na mesma pisadinha e a previsão dos meteorologistas é que as chuvas  adentrem a semana, se espalhem por todo o estado, e aliviem no sábado, 02/12. Veremos!      

Calor da mulesta

9 Setembro (161)

Pois é, o calorão de seiscentos diabos que até então castigava 17 estados do Brasil e aceiros do restante, agora tomou conta de tudo, apesar dos anúncios dos meninos da ciência apostarem que pras bandas do Sul e Sudeste a fornalha começou a perder pressão, devido a uma furiosa cruviana que se manifestou no último final de semana, 17,18 e 19/11, soprando ventos ligeiros, de mais de 100 quilômetros por hora, e descarregando chuvas, raios e trovões, criando um verdadeiro Deus nos acuda por onde passou. Pelas lentes dos satélites e na leitura das bolas de cristal, a doutorada afirma que no decorrer desta semana a cruviana continuará amuada e ai daquele que duvidar de sua ira. Na minha Natal, apesar dos alísios, o calor tá de cozinhar juízo exigindo atenção e cuidado redobrado da população, porque o risco para a saúde é real. Agências ligadas a ONU, espalhadas mundo afora, divulgaram relatório para dizer que 2023 tem tudo para ser decretado o ano mais quente da história do mundo e que a tendência é piorar ano a ano e que até 2050 as mortes por causa do calor deverão crescer 4,7 vezes. Valei-me meu Padim Pade Ciço! O relatório das agências deverá servir de mote nos convercês dos coquetéis, banquetes e gastanças estratosféricas da COP28, em Dubai, prevista para começar dia 30 de novembro, onde no final os participantes se ajuntarão numa pose para um retrato, com sorrisos de orelha a orelha, e a fotinha será distribuída por entre as agências de notícias para servirem de manchetes messiânicas por uma semana e nada mais. Enquanto isso, vamos por aqui nos abanando e tomando água, sem esquecer das cervejas cu de foca!

A revolta das orcas

ORCA

Orca já ganhou livros, filmes e na grande maioria dos roteiros é tratada como “baleia assassina”, mas na verdade ela é um tipo de golfinho, o maior deles, conhecido cientificamente por Orcinus orca. Mede de 5 a 9 metros de cumprimento e pode chegar a 11 toneladas.

Pelos dados registrados na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o mamífero marinho Orca, “alimentam-se de peixes, lulas, focas, golfinhos e toninhas; pingüins, tartarugas-marinhas, e grandes baleias. A gestação das orças dura entre 15 e 18 meses, gerando apenas um filhote. Podem nadar 55km/h e normalmente são encontradas em grupos. Apesar do apelido de ‘baleia assassina’, a orca é inofensiva e ataca somente quando se sente ameaçada. Seu apelido é devido a sua agilidade na hora da caça e por se alimenta de animais de sangue quente, porem matam apenas para se alimentar e manter sua sobrevivência.”

Apesar de não ter em suas características aptidão pela carne humana e nem de atacar quando não se sentem ameaçado, um grupo de orcas que habitam os mares ibéricos tem tirado e juízo e aterrorizado a vida de navegantes que cruzam aquelas águas.

Pelos registros, tudo começou em 2020 quando alguns barcos de pesca e veleiros de cruzeiros foram atacados e tiveram cacos e lemes danificados. De lá para cá quase toda semana comandantes e tripulantes de embarcações de médio e pequeno porte dão conta de ataques, entre eles o veleiro Strega, de bandeira brasileira, que passou maus bocados com orcas ibéricas, tendo leme quebrado e casco avariado. Se não fosse a intervenção furiosa e a cara de mau do Chopinho, valente cão de guarda do casal Fernando e Paula, comandante e mandante do Strega, nem sei o que seria deles.

No dia 31 de outubro de 2023, segundo o site Canaltech, “um bando de orcas atacou um iate polonês no Estreito de Gibraltar, afundando a embarcação após 45 minutos de luta. Apesar da violência do incidente, ninguém saiu ferido e o barco conseguiu chegar o porto de Tânger Med, na costa marroquina, permitindo que a tripulação se abrigasse em terra. Tanto eles quanto os rebocadores e a Marinha do Marrocos tentaram salvar o iate Grazie Mamma II, mas não tiveram sucesso.”

Tudo isso é assustador para quem solta as amarras e navega além das pedras do porto, aterrorizante por demais nas narrativas contadas sob as sombras dos palhoções de clube e justificado nos relatórios e palestras dos estudiosos da ciência marinha, onde o homem é sempre o grande culpado e sobra culpa para todo mundo. Mas de vero mesmo, a ciência não sabe o que está causando esse comportamento das orcas contra embarcações, que vão de leves colisões a violência excessiva e prolongada.

Apesar do clima atemorizante os cientistas não classificam os ataques como agressivos. Acreditam que seja apenas um comportamento “brincalhão” das orquinhas ibéricas ou que os bichinhos estão entrando em uma nova “vibe”, porém sem sede de sangue. Já o povo do mar, torce para que essa “moda esquisita” não se espalhe por entre os habitantes do fundo dos oceanos, até porque as baleias-jubartes visivelmente cresceram em número nas águas brasileiras e até já tivemos notícias de barcos barroando algumas delas por aí e levando a pior.

De minha parte rogo a Netuno e Iemanjá para que me guardem de jamais estar cara a cara com essas brincalhonas. Aliás, em minhas navegadas pelos mares do Nordeste sempre que avistava, de longe, uma jubarte fazendo poses para um retrato ou abanando aquele rabão de encantar marujo, nem pensava duas vezes em alterar o rumo.

Como se diz na Bahia: Deus é mais!

Nelson Mattos Filho

Polícia Federal apreende em Natal/RN veleiro roubado na Europa

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A Polícia Federal, com apoio da Marinha do Brasil, deflagrou a Operação Albina visando apreender um veleiro transoceânico de mesmo nome, ancorado no Iate Clube de Natal, o qual consta como produto de roubo nos sistemas de repressão à criminalidade transnacional. A ação ocorreu na manhã do último sábado (11).

De acordo com a PF, a ação busca identificar e desarticular organização criminosa que atua no roubo e reintrodução de embarcações no mercado internacional e foi fruto de trabalho de inteligência em razão de informes internacionais, em colaboração com a Marinha do Brasil e o Iate Clube de Natal.

De acordo com as investigações, a embarcação apreendida tem o nome original de Mischief, é matriculada na Croácia e teria sido alugada para pretensos turistas russos que tomaram a embarcação, levaram para local ignorado e alteraram suas características rebatizando-a com o nome de Albina, sendo que para isso confeccionaram documentos de propriedade e matrícula falsos, na Rússia. Tal veleiro zarpou para o Brasil, partindo do Marrocos, e aportou na capital potiguar em 20 de setembro último, com apenas dois tripulantes, um capitão russo e um marinheiro da Lituânia, os quais lançaram âncora no Iate Clube de Natal, e pagaram adiantado por 60 dias de permanência.

Esses estrangeiros cerca de uma semana depois deixaram o território nacional por via aérea, vindo a embarcação a ser habitada por uma mulher natural na Letônia.

Após fiscalização constatou-se que partes do referido veleiro apresentam similaridades com a embarcação roubada em águas croatas, por isso o barco foi apreendido, vez que entrou em território nacional com documentação ideologicamente falsa. Durante a ação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal no Rio Grande do Norte. A estrangeira que estava a bordo está proibida de deixar o território nacional.

À princípio os envolvidos responderão pelos crimes de uso de documentos ideologicamente falsos às autoridades brasileiras, receptação, organização criminosa e até mesmo lavagem de dinheiro. As investigações continuam em cooperação com a Interpol e a Europol.

COPIADO DA TRIBUNA DO NORTE

 

Traquinagens do El Niño

ONDA DE CALOR

Dia desses, diante da alta temperatura que castigava sua cidade, um amigo falou: “- Ou o Sol desceu ou a Terra subiu, porque o calor tá de lascar!” Pois é, o El Niño, em 2023, veio mesmo com a mulesta dos cachorros e soltando fogo pela venta, porque o calor tá de lascar moleira em banda. Essa semana, no coração da região do Seridó potiguar, na bela cidade de Caicó, a temperatura ultrapassou a marca dos 40 graus, na sombra, ainda longe da marca de 44,8º registrada em Nova Maringá/MT, em 2020, mas foi tanto calor que se me disserem que Nossa Senhora de Santana, no assombreado de sua Matriz, tirou o manto sangrado eu acredito. Na cascudiana Noiva do Sol, minha amada cidade do Natal, acredito que os termômetros travaram em 33,5º, porque não saem disso faz tempo. Até a brisa dos alísios, que por aqui tem de sobra, está soprando amornada. Dou por visto o que nos espera no Verão! Os meninos do Climatempo apostam que essa onda de calor, que é a quarta anotada este ano, deverá se estender até final de novembro. Veremos, pois o  meteorologista Vinicius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo comenta: “Estamos diante de uma onda de calor histórica, em um mês em que normalmente temos a umidade se espalhando de novo sobre o país, com chuvas amplas e volumosas, com radiação solar mais intensa e dias mais longos. Potencialmente teremos recordes mensais para novembro em Palmas, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Campo Grande.” (…) “É possível que esta onda de calor seja mais forte do que a de setembro, em termos de duração e abrangência.”

Marinha apreende veleiro com 2 toneladas de haxixe

NAPA

A Marinha do Brasil, em operação conjunta com a Polícia Federal, interceptou na última sexta-feira, 10, o veleiro KIEL, de bandeira alemã, com quatros tripulantes, que navegava a 196 milhas da costa de Salvador/BA. Segundo as primeiras informações, o veleiro está carregado com aproximadamente 2(duas) toneladas de haxixe. Os tripulantes receberam voz de prisão e o veleiro está sendo rebocado para a Base Naval de Aratu, com previsão de chegada neste domingo, 12.  Fonte: Tribuna da Bahia.

Vazante do Rio Negro ainda não estabilizou

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Com a seca severa que castiga a Amazônia pesquisadores indicam um futuro desastroso para a região e seu povo. A seca atual, que levou o nível do Rio Negro a sua menor marca nos últimos 120 anos, segundo os cientistas, pode se estender até meados de 2024. Há onze dias o nível das águas tiveram um ligeiro aumento, atingindo a marca de 13,20 metros, trazendo esperanças para os habitantes das comunidades ribeirinha, que dependem única e exclusivamente do transporte fluvial, porém, está semana as águas do Rio Negro voltaram a descer, segundo informações do Porto de Manaus, perdendo de 2 a 3 centímetros por dia. A pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil, Jussara Cury, explica que “esse comportamento pode acontecer, no sentido de subidas e depois voltar a descer”. Esse movimento é conhecido como repiquete e ressalta que para a vazante estabilizar vai depender do período de chuvas na região da cabeceira do rio Solimões. Fontes: A Critica; Revista Galileu; site Em Tempo.

O tempo mexe com a gente, João

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Eh, João, na altura dos meus 61 anos vi passar muitas luas e naveguei muitas milhas até saber, num domingão potiguar, de novembro do ano 2023, aquecido pelo ar primaveril, que a estrela-do-mar é na verdade um grande cabeção caminhante por entre brenhas, becos e vielas do fundo dos oceanos. Até então, imagine só, os meninos da ciência, e esse seu avô avoado, juravam e apostavam que aquelas criaturinhas, que colaboram para dar beleza aos mares e aquários, eram descabeçados.

Onde andávamos com os miolos para acreditar que alguma criatura vivinha da silva, fora a mula sem cabeça que é bicho amedrontador e de danação, pudesse andar por aí sem a cachola a lhe dar tino, desatino ou destino? Pode não, João, pode não!

A cada dia que se passa as coisas do mundo vão tomando formas e direções mais rápidas do que corisco quando risca o céu de Nosso Senhor. Como se diz em Enxu: “Mais ligeiro do que ‘Tom Flash’”. Nos tempos de antigamente as novidades e desembuchamentos dos segredos e mistérios andavam de pé em pé, sem nenhuma pressa de aligeirar. Hoje em dia, os moídos andam aos pinotes e num pipoco de bomba junina vão de Sul a Norte, de Leste a Oeste e ainda dão redemoinho de retorno.

Você vai ver, meu netinho, você vai ver. Espere só um tiquinho, até você se entender por gente. Aliás, até nisso tá diferente, pois noutros tempos, como diz seu conterrâneo, Gilberto Gil, o mundo era pequeno, pois terra era grande e as boas novas demoravam o tempo do navegar preguiçoso de um saveiro. Hoje o mundo é muito grande, porque terra é pequena, e tá bastando apenas um click ou um trisco de tinta, para menino já sair do bucho da mãe dando aula a doutor.

Mas, João, antes das voltas do mundo e das voltas que o mundo dá, antes que fique longe e me defronte com o horizonte a acabar, vou de retorno para as estrelas-do-mar. Contar do que eu sabia e do que agora os homens estão a contar.

Nos idos anos 70, nos dias de veraneio na praia de Ponta Negra, na casa do seu tataravô Lopinho, um dos divertimentos era catar umas criaturas trazidas pelas ondas ou nas redes de arrastão dos pescadores. Eram bichinhos redondos, cor cinza, com extremidades pontilhadas por minúsculas perninhas que mais pareciam espinhos e que os pescadores chamavam de estrelas-do-mar.

Certo dia um pescador nos presenteou com uma daquelas estrelas bonitonas, que nós, meninos bestas, só víamos nos retratos das enciclopédias Delta Larousse, Barsa e outras mais, e daí foi assunto de encantamento para um veraneio inteiro. Antigamente os veraneios duravam de dois a três meses. Começava no final do ano e só terminava após o Carnaval, sobrando uns bônus para serem usados nos finais de semana que antecediam a Semana Santa. Semana que se o cabra quisesse saber o que era pecado, bastava apenas pensar em comer uma lasquinha de bife de boi. Ia diretinho para o fogo do inferno sem nem passar na sala purgatório.

Então, João, as coisas eram o que eram, duravam uma eternidade até deixarem de ser e nem de longe pensávamos em duvidar dos mestres das enciclopédias e muito menos dos vendedores que batiam, insistentemente, de porta em porta oferendo a magia de enriquecer o saber. Quem danado ousaria duvidar que os tentáculos das estrelas-do-mar não eram tentáculos? Se não tinha escrito nas enciclopédias, não valia!

Os anos se passaram, as velhas enciclopédias de papel foram jogadas as traças dos museus dando vez as bruxarias googlenas, que na velocidade de um repentista abastecem o mundo, dos vivos e dos mortos, com novidades que nem dá tempo de esquentar lugar no espaço, porque em cima da bucha já colocam a mais nova do pedaço e o que era novidade há meio minuto, não é mais. Dou por visto a sua risada quando aprender que B com A é BA e for inventar de ler essa missiva dos tempos de carro a gasolina. Aliás, aconselho que faça uso de um dicionário, online, se é que daqui pra riba irá existir essa velharia absurda. – Dicionário, meu avô? Que danado é isso?

Pois então, João Pedro, hoje está dito, mas daqui “papouco” pode não estar mais, que os cientistas descobriram que o corpo das estrelas-do-mar não é corpo, mas sim uma grande cabeça, sendo assim o bicho não tem corpo, mas é criatura de muita sorte, porque também está dito que ele tem a bunda em cima da cabeça, portanto virada pra Lua.

Mas pensando bem, João, não pode ter tanta sorte assim uma criatura que tem a sina de nascer com a bunda em cima da cabeça!

Nelson Mattos Filho