Arquivo do mês: janeiro 2018

Lua, oh lua….

11 Novembro (227)

O que seria de nós, se não fossem as paixões? O que seria das paixões, se não fossem os sonhos? O que seria dos sonhos, se não fossem as curiosidades? O que seria das curiosidades, se não fosse nossa mente carregada com um turbilhão de emoções desconexas, mas que se agrupam com um simples click. Os baianos do Chiclete com Banana um dia cantaram assim: “…No mistério das estrelas, tento sonhos desvendar/entre lumes e cometas, vou ao espaço procurar/as lembranças tão perdidas, nos meus medos/ as mensagens que escorrem, entre os meus dedos/ viajando no luar, vou tentando te encontrar…”. Quantas luas viveremos? Não sei, pois isso são mistérios escritos nas estrelas,  mas que o nosso satélite natural é fascinante, isso ninguém duvida e tudo que vem no rastro de sua imagem flutuante no manto escuro do céu é um bálsamo para nossas viagens transcendentais. Hoje, 31/01, é dia de cascaviar nos mais recônditos recantos da imaginação e olhar para Lua de São Jorge, das bruxas, dos lobos, dos namorados,  dos magos, ou seja lá o que vier no imaginário do prateado dos seus raios, e o observar a beleza de mais uma Lua azul, que em alguns lugares do planetinha Terra se transformará em Lua de sangue, apelido que deram ao eclipse que ocorre durante a Lua azul. A última Lua de sangue avistada aconteceu em 1866 e quem não avistar hoje, terá que esperar até 31 de janeiro de 2037. Bem, antes de você abrir um vinho, ou colocar as cervejas para gelar, com a intenção de ficar com os olhos vidrados na Lua, é bom que se diga que no Brasil apenas os moradores de algumas cidades do Acre poderão apreciar a Lua de sangue, o restantes dos mortais das terras de pindorama terão que se contentar com o azulzinho dos raios. – E o que é Lua azul? – Vixi, esqueci de contar! É quando nosso satélite natural está em uma órbita mais próxima de nossa cabeça de vento, o que a torna 15% mais brilhante.    

Acidente marca a VOR no mar da China

vestas-11th-hour-racing-compete-in-the-around-the-island-raceUm acidente no mar da China tirou a alegria da chegada da  quarta etapa da regata Volvo Ocean Race, em Hong Kong, na noite de sexta-feira, 18/01. O veleiro da equipe Vestas chocou-se com um barco de pesca, a 30 milhas da linha de chegada, causando a morte de um dos tripulantes do pesqueiro.

trafego-hong-kongA imagem ao lado mostra o movimento de embarcações no dia fatídico. Não é fácil cruzar a mais de 20 nós de velocidade, perpendicularmente, um pedaço de mar com um tráfego monstruoso de embarcações, que em sua maioria trabalha de forma artesanal e sem dar muito cabimento para regras de navegação. Quem já teve a oportunidade de navegar em áreas de pesca sabe que a coisa não é de brincadeira. Quem já participou da Refeno deve lembrar muito bem da bronca. Li alguns comentários nas redes sociais e me espantei com os julgamentos, muitos deles baseados nas teorias das regras de navegação e feitos por pessoas com pouca, ou nenhuma, afinidade com o cotidiano de uma embarcação, porém, o que mais me assustou foi ler comentários desairosos de navegantes experientes, como se no mar nada fosse além das certezas, das regras e dos feitiços malabarescos dos brinquedinhos modernosos. A VOR é uma prova que leva o homem e as embarcações ao limite do extremo e infelizmente em competições desse porte acontecem acidentes e muitos com vítimas fatais. Que venham as prevenções para as próximas etapas, mas o risco é uma constante.

Notícias sobre a vaca

IMG_0191Em janeiro de 2010 publiquei a crônica A Pescaria da Vaca, uma história divertida acontecida no mar de Ilhéus/BA, que me foi relatada por amigos durante uma roda de bate papos, sob a sombra de uma mangueira, na Ilha de Campinho, um das joias da apaixonante baía de Camamu. Depois de dezenas de luas e muitas marés, recebo um comentário do leitor José Neto, dando conta que o pescador da vaca se chama Dr. Guilherme Adami, angiologista em Ilhéus onde mantém clínica, e que a famosa vaca reproduziu filhotes, inclusive, na época, a pescaria foi notícia na revista Veja. Click no link sublinhado e saiba como se deu o moído.  

A lição

cape_verde_political_mapO caso dos brasileiros presos no arquipélago de Cabo Verde, costa africana, é um alerta e uma lição para todos que tem no mar o cenário de sonhos de vida, principalmente os velejadores, que enxergam a oportunidade de uma viagem, como foi a do veleiro apreendido, como uma forma de ganhar experiências náuticas e embarcam com a alma livre e sem observar alguns procedimentos, que, inclusive, alguns mais experientes deixam passar em branco. O ditado já diz: “…quando a esmola é grande, o cego desconfia…”. Esse não é o primeiro caso, não será o último e nem é o caso de transferir a culpa para as autoridades policiais brasileiras, que segundo estão assinalando as matérias jornalísticas, cometeram falhas na hora da inspeção. Tenho esperanças que os brasileiros sejam inocentes e me levo a acreditar que embarcaram numa barca furada, mas não faço juízo de valor.

    

Aprenda!

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Não é para rir, viu!

…deixando um pouco de si, levando um tanto de mim

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Não pedi licença para copiar e colar, mas sei que serei perdoado

Mastaréu, Mastaréus 

Por Valeria Mendes.

O que são essas tantas linhas verticais que parecem querer fazer uma ligação com as águas e o firmamento?
Estes são os mastros de alumínio fundido, em outra época eram de madeira, que povoam nosso céu, agora que estamos embarcados. Do pouco, aliás pouquíssimo, que conheço desta ciência de velejar, a principal função do mastro é suster a retranca, a cruzeta e o conjunto de velas. Ainda se presta para suporte de antenas, faróis e luzes de navegação. Não quero me ater à sua técnica sobre a qual certamente me sairia muito mal, desejo na verdade avaliar outras questões que podemos perceber.
Faço uma leve reflexão desse conjunto, casco, mastro, velas, que é uma paixão que nós temos, que nos aproxima da natureza, que nos envolve e protege e ao nos deslocarmos nos coloca em contato com as águas e o vento, além de nos dar uma bela aula de física, pois o deslocamento de um barco a vela se dá sob o mesmo conceito das asas de avião, o princípio de Bernoulli. Quando o barco navega o deslocamento se dá a partir de um conjunto de forças que o vento faz nas velas. Alia-se a estas forças uma outra, a resistência da água, que somadas permite assim o movimento de uma boa velejada. Aquela água batendo no casco, o marulhar produzindo pequenas ondas trata-se de mais um princípio físico, quem não se lembra de Newton com uma de suas leis “para toda ação existe uma reação igual e contrária”?
Os árabes e os fenícios que provavelmente foram os primeiros povos a utilizarem este tipo de embarcação à velas nos passaram esse legado, que vai sendo desenvolvido por séculos e séculos, e assim ainda é hoje bastante usado como meio de transporte e lazer, antes feito de modo empírico, hoje com muita tecnologia e diversos aparelhos que são aliados ao conhecimento humano.
Quando vemos um veleiro soltando suas amarras e se afastando do porto de origem seu mastreamento é a última coisa que vemos, lá vai ele a se locomover ao sabor do vento, vai voando nas asas brancas que são suas velas. Alguém partiu daqui, alguém chegará ao seu destino, deixando um pouco de si, levando um tanto de mim.

Natureza extrema

xtubarao.jpg.pagespeed.ic.LQLyi3sOM-Tem caboclo que se aboleta numa cadeira, na beira da praia, e diz que vai esperar o mar pegar fogo, para comer peixe frito. Já nos “estaites” e  Canadá, que sofrem com uma onda de frio de fazer inveja a fiofó de foca, a turma está pegando peixe já congelado. A coisa nas terras do norte não está de brincadeira e os estudos dizem que as temperaturas nos domínios de Tio Sam estão tão baixa quanto as do planeta Marte. É frio, seu menino, é frio! É a natureza em reboliço!