Arquivo do mês: abril 2022

Vulgo

apelido

Para quem não sabe e não acredita, houve um tempo em que a alegria e o bom humor reinava entre amigos, conhecidos e até entre aqueles que nunca se viram nem mais gordo, nem mais magro, mas era assim. Era nos tempos que apelido pegava mais do que mangaba nos beiços e se o apelidado se metesse a besta e fosse tirar satisfação, estaria ferrado para sempre.

Gordo, magro, feio, bonito, alto, baixo, forte, fraco, valente, manso, branco, preto, amarelo, vermelho, descorado, azulado, esverdeado, poderiam até ser características que ajudavam a definir um apelido, mas eram marcas que desbotavam ligeiro. Tinha que ter uma pitada de maldade. Tinha que fazer ranger os dentes, de escutar borbulhar de sangue fervendo, de ver músculos enrijecer e a mão se armar para desfechar um bofete. Tinha que assistir o apelidado ir embora jogando fumaça pela venta feito trem maria fumaça, porém, todos sabiam e tinham consciência que linha férrea é um vai e vem. E assim a vida seguia com o riso marcando o compasso e a raiva sendo desanuviada pelos novos integrantes de uma lista que nunca parava de crescer.

Cabeça de cuscuz, braço de radiola, galo cego, mamulengo, bucho de fossa, pé de lama, queixo de nós todos, olho de Kombi, beiço de biqueira, venta de vulcão, barriga, pilha, beiço de burra, mula manca, tolete, cabeça de queijo, boi de manga, azogado, venta de carcará, brilhoso, bunda de fole, sobrecu de muriçoca, carai de asa, mão na rola, cabelo de merda, priquito, suvaco de catacumba, mão de cocô, trismegisto, farinha mofada. Conheço todos, alguns se foram para outra melhor e riem e festejam quando olham, lá de cima, que os que por aqui estão não perderam a graça, continuam aporrinhados e não adquiriram os traumas mimizentos das teorias modernosas.

Entre uma dose e outra de cachaça Rainha, numa noite de frio e viola nas encostas do anel do brejo paraibano, perguntei a um dos presentes o porquê do seu apelido e ele respondeu: – Foi o sacana do juiz. – Como assim? – Eu tinha uns 11 anos, era ruim que só a peste. – Era? – Era, porque hoje sou ruim e meio, e vinha da escola arrastando a mochila pela rua quando o juiz, que estava sentado em frente a sua casa, disse para não fazer aquilo e continuei arrastando a mochila. Quando cheguei na esquina gritei, “Vá tomar no c.!” O juiz sorriu e disse que eu era pior do que catinga de merda. Meus amigos da escola escutaram e no outro dia, na hora da chamada, o professor adotou, respondi presente, tentando levar na brincadeira, mais aí já estava ferrado.

Dia desses Pedrinho Carai, cabra que bota apelido até em besta fera, juntou o time de futebol de Enxu Queimado para uma disputa com o time do meu cunhado, Saulo, e colocou um carneiro gordo, da sua criação, de aposta. Quem perder paga! O time de Enxu perdeu de 7×1 para o time do Pé do Galo, Pedrinho traçou um rosário de desculpas, mas a pisa já estava dada e o consolo foi enterrar a cara na mardita e comer uns pedaços do carneiro assado para não perder de tudo. O pior foi aguentar a gozação do goleiro do Pé do Galo, Bunda de Gaveta – que Pedrinho rebatizou para Cu de Caçapa -, que só entrou nos minutos finais do jogo, mas tirou onda: “Só fizeram um gol porque não era eu que estava agarrando!”

Pois é, dia desses dei boas gargalhadas ao saber que um caboclinho, que se acha mais afamado do que as pregas do rei quelé, se avexou com um caboclo de lança que o chamou de cabeça de ovo e por isso subiu nas tamancas, ficou mais sério do que porco mijando, vestiu uma capa de poderes especiais, se armou com uma espada afiada só de um lado, colocou uma venda nos olhos, para mostrar que é certeiro, ajuntou a turma do mexeu com um mexeu com todos, mas em vez de sair em campo aberto para tirar satisfações com o encrenqueiro duma figa, se trancou numa fortaleza, cuspiu no chão e decretou: Se aquele fiidapesta pisar no cuspe vai ver quem é cabeça de ovo! – E ele pisou? – Pisou, se lascou, tomaram a lança, um motoqueiro que ia passando tomou as dores, empurraram de lá, puxaram de cá, o riscado de faca comeu no centro, juntou gente, a gritaria varou o mundo, enquanto isso, o caboclinho com as mãos na careca pensava: Pronto me ferrei!

Pior foi com Mano Walter, mas aí a história é outra.

Nelson Mattos Filho

O iate do cabeça branca

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O barquinho que faz pose aí em cima, segundo contam as línguas afiadas, é o History Supreme, o iate mais caro do mundo, avaliado em R$ 20 bilhões, uma penca de dinheiro que se o caboco for se ocupar de contar, gasta as digitais do polegar e do indicador.  O brinquedinho do homem mais rico entre os malaios, o cabeça branca Robert Kuok, 98 anos, foi criado pelo designe Stuart Hughes, que gosta de fazer os gostos de bilionários, é revestido, âncora, casco e mais o que, por 100 mil quilos de ouro e platina e tem partes do seu interior feito com ossos do Tiranossauro Rex e pedras de meteoro.  Seu menino, não existe nada no mundo que dê mais vontade do que dinheiro.

Profecia de Rei

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Sempre que vejo velhas imagens da outrora paradisíaca praia de Ponta Negra, em Natal, lembro de um comentário do Rei Pelé, na varanda da casa de praia de meu avô, Seu Lopinho, nos idos anos 70: “Dá tristeza pensar que daqui uns dez anos esse paraíso estará desfigurado”

Carne de pescoço

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Tem um ditado que diz: “Se um produto custar R$ 1,00 e não prestar, é caro, mas se custar R$ 100,00 e for excelente, é barato”

A carne está cara, sim senhor, não só por causa do preço, mas por ser de péssima qualidade.

O saudoso amigo, Dibe Gondim, sempre viaja para as terras de Tio Sam para visitar filhos e netos, que por lá moravam, e no dia a dia gostava de usar das suas habilidades culinárias, fritava ovo como ninguém, para fazer um mimo para os netos. Segundo ele, a carne vendida nos supermercados dos EUA e da melhor qualidade, não tem jeito de dar errado e qualquer um que se aventure nas panelas consegue fazer maravilhas. Sendo assim, ele tirava onda com os netinhos que ficavam felizes da vida tendo no avô o melhor chef do mundo.

Dizia ele: “ – Nelson, lá, se saio para comprar filé chego em casa com um filé maravilhoso. Se compro uma bandeja de picanha fatiada, sei que terei “a picanha”, e assim por diante. A carne é bem mais cara do que a nossa, mas toda ela é de excelente qualidade.”

Sempre lembro das palavras de Dibe quando vou aos supermercados, açougues ou nas modernosas boutiques de carne das terras de Pindorama. Não temos carne boa, temos carne cara, o demais fica por conta da imaginação e do designe da maquiagem na hora do corte, onde um contrafilé pode se passar muito bem por uma picanha ou transvestido num brilhante e apetitoso filé.

Dia desses estive em uma dessas tais boutiques de carne e percebi um senhor abastecendo a cesta com várias picanhas, escrito no rótulo, Classe A. Pensei: Rapaz essa carne deve ser maravilhosa. E deveria ser mesmo, porque o preço do quilo dava para compra uma joia de ouro. Timidamente peguei um pacote, avaliei, como dizem os entendidos, o custo benefício, paguei e fui até Enxu Queimado sonhando degustar aquela delícia.

No dia seguinte, coloquei as cervejas para gelar, abasteci a churrasqueira de carvão e quando a braseiro estava no ponto, estirei a picanha na grelha até ficar no ponto de boi sangrando e quando passei a faca para retirar uma fatia, não senti a maciez desejada, examinei o fio da faca, que estava “premera”, e levei o pedaço, escorrendo a gordura de dois dedos, a boca. Quanta decepção! A carne não tinha sabor, dura que só couro de botina preta e fiquei imaginado a cara daquele bacana que levou para casa uma cesta cheia daquela “mizera”. Será que ele era um “tapia”?

Certa feita, em Enxu, um amigo soube que uma dona de mercearia havia mandado matar um boi e foi até lá para comprar um quinhão. Examinou os pedaços cortados e perguntou se tinha alguma picanha. A senhora respondeu que ainda tinha uma de cinco quilos, pois a outra havia vendido. Meu amigo, espantado, falou: “Como é, picanha de cinco quilos nunca vi!” A vendeira respondeu: “Se nunca viu, vai ver agora!” Abriu o freezer e retirou um toro de carne, colocou na balança e lá estava a picanha de cinco quilos.

Sem ter o que argumentar e querendo comprar a carne que fosse, deu uma risada, pagou e foi fazer o churrasco a beira mar, mas antes passou em minha casa e falou: – Nelson, vamos lá na praia comer uma picanha de 5 quilos? – Como é, homi? – É assim, vamos! Fui!

Seu menino, pense numa picanha dura da mulesta dos cachorros! Para mastigar tínhamos que empurrar, com a mão, o queixo para cima e torcer que a arcada dentaria aguentasse o tranco. Quando terminava a briga estávamos tão cansados que nem dava vontade de comer outro pedaço, mas seguimos lutando e entre uma dose de cachaça e um banho de mar, a briga recomeçava e assim foi.

Chegado em casa liguei para o amigo Flávio Alcides perguntando se ele já tinha visto picanha de cinco quilos, ele respondeu: – Meu amigo, picanha desse tamanho já vai com o contrafilé, alcatra, coxão duro, um pedaço do rabo e se brinca, com o osso do patinho.

Pois é, a carne pode ser dura como for, mas a gente não pode perder o ponto de saborear o riso.

Nelson Mattos Filho

Homem ao mar

HOMEM AO MAR

Numa manhã de sol, sob a sombra de um palhoção de clube náutico, caiu sobre a mesa o assunto “homem ao mar” e um velejador, desses que só vai ao mar em anos bissextos, se não chover, disse que isso não era problema que preocupasse um bom comandante, porque o resgate era a coisa mais fácil do mundo. Alguns participantes do bate-papo tentaram argumentar, mas o soberbo não deixou barato. Apenas observei o moído e preferi me entreter com a cerveja estupidamente gelada e com os toros da apetitosa costela saindo da churrasqueira. No dia seguinte fiquei sabendo que o ilustre comandante tampa de crush, certa feita lançou uma defensa ao mar, para mostrar como fazer o resgate de um tripulante, e nunca mais recuperou o equipamento, por mais que tentasse. Felizmente a experiência foi com uma defensa – equipamento de borracha usado para proteger os bordos, proa e popa de uma embarcação. Pois é, a manobra homem ao mar não é uma operação fácil e a cada milésimo de segundo torna-se complicada e torturante. Deveria ser manobra treinada a exaustão, principalmente em mar de agitação moderada e forte. Não basta simplesmente olhar e decorar o traçado da ilustração acima, porque na hora da verdade a verdade é outra.          

História…

HISTÓRIA

Talvez a verdade jamais seja contada e talvez entre no rol dos grandes segredos do mundo.

O doutor Domicio Arruda Câmara Sobrinho, um danado na arte da escrita e um dos grandes cronistas do Rio Grande do Norte, caminhou sobre o gramado de um Território Livre, sentou e escreveu: 

ESSA É A HISTÓRIA

Domicio Arruda

Os astrofísicos ainda não despertaram para o tema, mas
há evidências robustas que a pandemia também pode obrigar uma revisão na
teoria da relatividade.

Albert Einstein se tivesse sobrevivido à segunda grande edição, estaria procurando resolver mais um
problema, em estágio
supergênio
.

 

Depois da peste do século XXI, a percepção do tempo faz
o passado viajar mais rápido que o futuro.

 

Enquanto se reclama que o porvir, trazendo vacinas
eficazes contra a propagação do vírus, em dose única, e potência de uma
pilha
duracell, tarda a chegar, o passado envelheceu depressa e
afastou-se tão rapidamente, que já não se consegue lembrar  o que ocorria
há menos de dois anos.

 

Abortada aos cinco meses de gestação, depois de ocupar
os espaços mais nobres e longos das programações de TV, apresentar parlamentares
ilustres e desconhecidos, picaretas juramentados,  ressuscitar velhos
canalhas, e até revelar
musas cientistóides, a CPI do Senado não vai passar de notinha de rodapé,
nos livros grossos que contarão a história verdadeira.

 

Sem que houvesse antes nenhuma doença mais estudada,
a
Ciência ainda deve muitas
explicações.

 

Começam, timidamente, a aparecer as primeiras revisões
críticas sobre a eficácia de medidas ampla e enfaticamente defendidas pelos
guardiões do saber e exaustivamente divulgadas pela impávida e onisciente
mídia.

 

Até agora, há um aparente consenso que somente três
medidas adotadas pelas autoridades sanitárias mais diligentes, estão
admitidas  e
aceitas como  desperdício
de tempo e recursos.
 

 

Borrifar os pneus dos carros nas entradas das cidades,
obrigar a passagem das pessoas, de braços abertos, pelos túneis de
descontaminação, e o estímulo ao hábito dos banhos das compras de supermercado,
em álcool gel.

 

Sem mergulhar nas águas ainda turvas dos medicamentos
realmente eficazes, já é tempo de revisitar o clima das curvas ascendentes
da primeira onda, para refletir sobre uma postagem que circulou nos grupos de
relacionamento de médicos, com o pedido de um colega, caso precisasse tratamento
para a
novapeste.

 

Pela intimidade como foram tratados os termos
técnicos,  o
documento apócrifo foi escrito por quem estava atuando e exposto na linha de
frente.

“Caros amigos,

Deixo aqui minha autorização pra usarem em
mim, 
Hidroxicloroquina
+ Azitro + Annita + Zinco + Vitamina D + Heparina + Irvermectina + Ritonavir +
Letonivir + Vinho Malbec, 
caso eu precise de internação.

Intubação precoce, por favor.

Podem me sedar bem… gosto
do 
Propofol…
de preferência até acabar a
quarentena!

Se quiserem, posso deixar minha prescrição pronta
aqui.

Não fiquem esperando sair publicação não,
blz?

Aceito até boato como evidência
científica.

Se forem me incluir em algum estudo, quero estar com os
que usam medicamentos!

Não me coloquem no grupo placebo,  please.”

Uma velha discussão

Exoplaneta

– Existe vida inteligente em outros planetas? – Claro que existe, se não existisse já teria extraterrestre vivendo em nosso planetinha metido a besta!

Dia desses me deparei com uma matéria no site CNN Brasil, dando conta de como os astrônomos descobrem exoplanetas que estão fora do nosso sistema solar e achei interessante saber que já foram descobertos 4.912 e outros 8.493 estão na fila de candidatos. Fico imaginando quantos noves ficaram fora do espaço sideral para que os meninos que pastoram estrelas chegarem a números tão exatos, mas não duvido, porque com a infinidade de estrelas brilhando no manto negro do firmamento acho até que fizeram a conta por baixo.

De uma coisa fico encucado e qualquer dia pergunto ao comandante Zé Dias, astrônomo afamado e velejador como poucos: “Zé, com essa mania de contar estrelas, tu não tem receio de ficar com verrugas?”. E é claro que ele vai desanuviar esse receio de minha cabeça, coisa que gravei no juízo derna dos tempos de menino besta nas ruas do Alecrim.

, o pastorador de estrelas, é um danado e é ele que dá o mote para os escritos da matéria do CNN quando diz assim: “Os exoplanetas são principalmente descobertos em sua maioria por método indiretos, uma vez que é muito difícil de serem observados diretamente com telescópios. São corpos pequenos (sem luz própria) e que ficam ofuscados pelo brilho intenso das estrelas que orbitam. ‘Ver’, seria como tentar achar o brilho de um vaga-lume ao lado de um farol naval sinalizador”. Eh, meu amigo, deve ser por isso que em minhas navegadas na escuridão da noite alta, cruzando os oceanos nordestinos desse Brasil sem eira nem beira, por mais que encalcasse os olhos, jamais vi as estripulias dos disquinhos coloridos tripulados por homenzinhos verdes, quanto mais o brilho das paragens do mundo em que vivem.

Virei a página e lá estava o doutor/escritor Domicio Arruda, assoprando o vento e dizendo que “…a humanidade sempre acreditou que os problemas do planeta seriam resolvidos com intervenções externas. Do além. Cósmica, celestial, alienígena, transcendental, divina. Não são poucos os que procuram vida inteligente, fora da bolha da atmosfera. Relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados e de seus tripulantes, são encontrados em toda parte…”. Pois é, em nossa cabeça oca, tudo se cria e em tudo botamos fé, de mais e de menos, porém, desde que os problemas sejam resolvidos pelos outros.

Mas os escritos do doutor/escritor, apesar de enveredar pelas veredas espaciais, não pretendia fundir a cuca no quebra-cabeça planetário e nem escarafunchar gráficos astrais em busca de números “alarmentos” – como diz meu amigo Pedrinho de Neném Correia, apenas lançou a deixa para alfinetar um invasor que por aqui chegou em 2019 e tá que nem sapo cururu, que por mais que seja varrido porta afora, sempre dá um jeito de voltar.

O doutor diz que o invasor malassombrado e dissimulado e nossas divisões de artilharia “internas e de crença, impedem que a mensagem que é clara e objetiva, seja entendida…” e encerra dizendo que “a vacina, de passaporte permanente para a vida de antes, transformou-se em autorização provisória para atividades de um novo normal, que não se sabe bem como será. Que nos leve a uma vida mais simples, mais longa e mais fraterna. Em paz.”. Eh, não sei, mas acho que os desejos do doutor Domicio estão bem mais distantes do que as longínquas órbitas do cientista .

Mas peraí, Babal e os irmãos Eris cantam assim: Desde o tempo de menino eu brincava/Com ar de sonhador/Conheci a natureza beijando meus pés/O movimento da vila, da rua/O ronco do tambor/Em todos os arredores da Avenida 10…” . Pois digo que fui criança pequena na Avenida 10 e por lá morava um povo que os antigos diziam ser habitantes da lua, por serem de estatura mediana, pele, cabelos e olhos muito claros e falando rápido feio um raio.

Quantas vezes olhei para eles e mirei a Lua me vendo perdido com ar de sonhador. Algumas vezes durante os lanches da tarde, na casa dos meus avós, Maria Guilhermina e Seu Lopinho, entre uma dentada num pedaço de pão doce e um gole de Grapette, perguntava sobre o foguete que trouxe os habitantes da lua e vovó respondia: “Não sei, deve ter se desmanchado ou venderam para comprar a casa”.

Eh, quem sabe as repostas para os estudos sobre os exoplanetas não estejam por aqui, mesmo. Acho que os caçadores de estrelas deveriam, assim como quem não quer nada, dar um passeio pelo bairro do Alecrim.

Em meio a tantas órbitas obtusas – que nem esse escrevinhado – ainda vem a Nasa afirmar que a má notícia sobre os exoplanetas é que ainda não temos como alcançá-los e não deixaremos pegadas neles tão cedo. – Má notícia para quem, cara pálida?

Nelson Mattos Filho