De olho no tempo

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Depois do temporal da semana passada o Rio Grande do Sul continua sob aviso de alerta vermelho por causa de nova frente fria que se formou no norte da Argentina, avançou pelo Uruguai e atinge a região Sul do estado, parte da região Oeste e deixa Porto Alegre com renovados alertas de enchentes. Os meteorologistas explicaram que existe um deslocamento de um sistema de baixa pressão atmosférica e a formação de um ciclone extratropical, que vai para o oceano. Porém, esse movimento gera uma frente fria para todo o Rio Grande do Sul, com instabilidade, rajadas de vento superiores a 80 km/h e mais chuvas. Na região Nordeste os estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco também estão em estado de alerta devido as chuvas. Em algumas regiões alagoanas o volume de chuva acumulado, em 24 horas, variam de 100 a 200mm.    

Madonna é pop

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Como bem disse Graco Medeiros, amigo que não conheço pessoalmente, mas que achegou até mim pela força do caldo borbulhante das bruxarias do menino Zuquinho, que ligam pra que menos com pra que mais e pra que isso com prumode: “Fodam-se as patrulhas!”

Ontem, 04/05, preparei uma dose de um “visquinho” básico, sentei diante da televisão para assistir Madonna nas areias de Copacabana, um dos cenários mais lindos de um Brasil sem freios e sem rédeas, e gostei do que vi, mas confesso que não vi tudo, porque os efeitos das seguidas doses de “visk” foi maior do que os efeitos do espetáculo.

Hoje ao abrir os olhos comentei com Lucia que não diria que aquilo foi um show, mas sim um grande clip, um grande teatro com produção cinematográfica que pela mais pura curiosidade, levado pela força midiática, me propus assistir. Aliás, tirando uma música ou outra, talvez no máximo quatro, é o que gosto do repertório da louraça endiabrada.

Madonna faz seus espetáculos para um “rebanho fiel “+” a gota serena do karay de asa, mantido e renovável com dosagem pessoalmente demagógica-mercadológica do nicho “popão”. Contudo, Madonna é Madonna. Pra mim é feito um dogma, concorde ou discorde, mas não adianta estrebuchar, porque a galegona é duka.” É desse modelo, Graco, e me perdoe novamente por copiar também essa parte.

Não sei se voltaria a assistir, pela TV, porque ao vivo jamais, outro show espetáculo de Madonna, mas fiquei, sim, encantado com a performance e produção impecável da rainha do POP e até me atrevo a dizer que, até a parte que cheguei, a participação do, ou sei lá que danado, Pablo Vittar e os ritmistas mirins de escolas de samba, deram gás novo ao espetáculo. Quanto a Anitta, do jeito que entrou se foi, sem dizer o que fazia ali. Aliás, fez, pois a parte da putaria ficou para ela.

Para fechar esse escrevinhado, me apego, mais uma vez, sem permissão, nas palavras de Graco Medeiros para dizer: “Madonna, aos 65 anos, não é brincadeira não. Uma profissional fuderosa do show business. E viva ela!”

Nelson Mattos Filho

Papo de índio – II

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Levei dias a matutar se aquele encontro com o velho índio, sobre uma figueira fincada nas paragens da tribo dos Pajeús, existiu de verdade ou foi mesmo coisa do mundo dos sonhos, como bem disse a senhorinha que me pastorava de uma cadeira de balanço postada na calçada sombreira.

Por vezes voltei a caminhar pelo lugar e nada do pele vermelha dar sinal de sua graça e já estava até me avexando a perder a fé em Tupã. Porém, numa tarde de Outono, num resvalo de vista, percebi a sombra de um caminhante, com pena na cabeça e passos lentos virando a curva de uma vereda e apresei o passo para tirar prova do ser ou não ser quem eu pensava. E lá estava ele, acocorado na margem da trilha, catando migalhas do seu fuminho seco e ao me ver sorriu com os olhos miúdos e continuou no seu fazer.

Agachei ao seu lado, olhei o horizonte de nuvens achuvaradas e ficamos ali num diálogo silencioso e palavrado. Um papo maneiro de entendimento surdo, transparecido e desanuviado, em que balançávamos a cabeça de riba pra baixo quando havia certo, e de lado a lado quando certo não era.

Ele pegou uma varinha no chão, fez uns rabiscos estranhos na areia e perguntou: “ – O que te aperreia, homem do mar? ” – Um sonho! Sei lá! Mas a verdade, queria apenas tirar a prova de uma conta. “ – Pois se adiga! ” – Tivemos conversa dia desses na sombra da figueira? “ – Hihihihi, foi sim e até desse umas pitadas no cachimbinho do índio. Viajou foi?” – Não sei. Só sei que foi assim, mas a mulher da calçada disse que dormi que ronquei. “ – Hihihihi”. – Vamos caminhar um pouco? “ – O caminho tracei aqui no chão! ” E apontou para os riscados na areia. “ – Feche os olhos, homem do mar!”.

“Cacique comedor de camarão é um homem de bem e daquele monte adonde fica sua tribo, dá pra ver o mundo daqui, de além e de muito além do além do mar. É coisa bonita e triste de ver, mas vê! Mas fiquei por lá muito não, pois o caium, de primeira cabeçada, de Bum Bum, oferecido pelo comedor de camarão, é danado de avexoso. É bom, mas avexoso! Depois de uma noite de bom sono, abri os braços para receber a energia de Guarací, comi uma cuia de cuscuz com chá de ervas, colhidas na horta das potiguaras, reafirmei as pazes com o velho cacique e desci o morro num pé de rastro, seguido aqui acolá pelos cão de cara de lama, até por final dos cajueiros de cajus doces como mel. Tomei tento no rumo do Cruzeiro, passei na porta de Seu Bia, que fechada assim estava. Entrei em beco, sai de beco, entrei no beco do Gavião e nem de nada. Passei as mãos nos olhos achando de tá em desacerto de caminho, mas não, pois de pedaço avistei a torre da Igrejinha de Nossa Senhora dos Navegantes, sua protetora, e lá pros lados do vasto areial de varas e redes, dei de cara com a Igrejinha de Pedras. Belezura de se ver e se abençoar! Tudo diante e lambido pelas águas do rio dos Potengis, que corta mundo vindo dos serrotes do povo do sertão e sua glória. Num lasco de fome e já lambendo os beiços para me apegar com uma folha de bananeira abastada de ginga com tapioca, cacei a banca de Dona Dalila, num achei, nem me dei feliz pelo demais, prumode o que vi e me veio no cheiro, não deu guloso. Uns meninos de perto me firmaram que agora o prato tem intitulado imortal, mas cadê Geraldo e cadê Dalila pra dar o crivo de bom? Num rompante mirei a fortaleza dos galegos, anomeada de nome dos reizados da estrela guia do Senhor Menino. Esperei dois guerreiros, que se diziam Almeida e Das Virgens, que vinham vindo num paquete a pano e pedi para atravessar o rio das tainhas pelos aceiros da foz. Nuns bordejados ligeiros, assim eles fizeram.

Com um olho aqui outro acolá, varandei pelas muradas da fortaleza, vi uns dizê encarnados inscritos no murão, acho até que foi coisado de curumim abestado, e num vi nem sinal de alma viva, nem morta, mas achei tudo tão trocado, que nem me avexei a cruzar o portal com medo de me perder no tempo. Tirei as alpercatas, atravessei o mar de mangue e maria-farinha e desci no rumo do Sul, aprumando o tino nas pedras do morcego, que o pajé dos Pajeús disse que Dona Comadre tinha abancado tenda pra vender cozinhado de cioba, depois que saiu da esquina da praça dos alagados das Rocas, colado ao cercado das irmãs de São José.

Aboletei num tamborete em mesa de pano de quadradinhos branco e encarnado, esperei o servido da moça Clara, que se disse neta de Dona Comadre. Tudo de bom, e para abrir o gosto tomei uma chamada da aguardente, uma cuia de caldo de peixe e cravei os queixos no cozido de cioba, melhor não há. De bucho por acolá resolvi dar de volta. Subi a ladeira do Juruá e do alto da pedra sentei pra olhar o arrodeado. Tudo mudado, homem do mar! Tudo mudado que dá nem gosto de se ver. No pisco dos alumiados da lanterna no alto do morro de Dona Luiza, com Guarací tomando rumo do descanso, fiz minha reza para Tupã e me fui.

Escutei tudo de olhos fechados, como o velho índio havia pedido, e sem abrir os olhos perguntei: Porque demorou a aparecer? “ – Enfurnei na oca. Precisava costurar na cabeça o que vi por lá, homem do mar. Pois o que vi me deu tristeza. Tá tudo muito estranho! ”

Ao abrir os olhos o velho índio já não estava. Olhei em volta, não havia ninguém. Ao retornar para casa avistei a senhorinha sentada na cadeira de balanço, acenei. Ela não fez nenhum movimento de corpo, apenas sorriu.

Nelson Mattos Filho

Temporal no Rio Grande do Sul

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Cenas e imagens divulgadas nos portais de notícias mundo afora, sobre a catástrofe provocada pelo temporal dos últimos dias no Rio Grande do Sul é de cortar o coração. O volume de chuva acumulado em 24 horas em muitas cidades do estado gaúcho é bem superior a previsão para todo o mês de maio de 2024. O Governo do Estado decretou alerta máximo e em várias cidades sirenes alertam a população para abandonar casas e se afastar de regiões em torno de barragens, rios e morros. Segundo informações do site Climatempo, o rio Taquari, uma importante via fluvial na região do Vale do Taquari, atingiu níveis alarmantes, ultrapassando os 30 metros em cidades como Estrela e Lajeado. Essa marca histórica supera registros de um século e meio, destacando-se como uma das piores enchentes já registradas na área. Imagens de satélites mostram um volume extremo de nuvens carregadas sobre o Estado e que a tempestade toma rumo de Santa Catarina.  

Das conjunturas

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– Vamos combinar assim: Quando as coisas do tempo estiverem sob as ordens do El Niño, teremos menos chuva e quando La Niña assumir o comando do pedaço, teremos mais chuva, Ok? –  Não! – Como assim não? Pois é, é complicado alinhar as ideais quando queremos dar pitacos na queda-de-braço entre o casalzinho andino, porque basta um olhar atravessado, entre as partes, para o clima do planetinha azul virar de ponta cabeça e endoidar o cabeção da galera que cuida das coisas do tempo. Desde julho de 2023 que a nossa vida é regida pela batuta do El Niño e desde lá caminhamos como a cantora Simone, sem saber como será o amanhã. Alias, a única regra que bate com o manual de instrução do menino andino é o calor de lascar moleira que assola as terras de Pindorama de cabo a rabo, porque o demais está tão embaralhado que mais parece jogo de quebra-cabeça e por mais que os cientistas do tempo se reúnam, por mais que tentem falar uma linguagem inteligível, mais as nuvens e os ventos se danam em demostrar o contrário. A nota conjunta do INPE/INMET, em julho de 2023, apostava que   “…as previsões dos modelos climáticos globais indicam mais de 90% de probabilidade de que o de El Niño continue a se manifestar pelo menos até o final do ano. Quanto a sua intensidade, os modelos sugerem a sua continuidade com intensidade moderada, podendo atingir a categoria de intensidade forte.” Já estamos no final de abril de 2024 e o que assistimos é a “criaturinha” mandando ver no reboliço, despejando chuva adoidado pelos sertões nordestinos e fazendo a festa de um povo. O que ficou acordado na última quinta-feira, (25), na Reunião de Análise Climática e Prognóstico para o Rio Grande do Norte, coordenada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), em conjunto com especialistas de todos os centros de meteorologia do Nordeste, é que no meu torrão natal, os meses de maio, junho e julho serão de chuva acima da média e o litoral potiguar será o mais chovido. Ah, e que La Ninã já está com a mala de travessuras prontinha para entrar em cena. Bem, vamos aguardar a próxima nota de conjuntura, mas enquanto isso, o que mostra o gráfico dos satélites do CPTEC/INPE é que o final de semana, pelo Nordeste, será chuvoroso. 


Moído da Lua Rosa

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Numa quarta-feira de início de abril, após uma terça-feira de muita chuva em Natal/RN, fui a uma loja de material de construção e enquanto estava sendo atendido na recepção, chegou um rapaz e comentou com a mocinha que me atendia: “Tu já visse uma coisa dessa, ontem foi chuva em banda de lata e hoje esse sol de torar. Pense num governo fuleira, sabe nem controlar o tempo!”  A atendente levantou a vista para mim, fez cara de riso e respondi sem olhar para ele: – É um governo fuleira mesmo! Rimos, eu e a moça. O rapaz ficou sério, deu um tempo lendo um papel que trazia na mão e saiu de fininho.

Bem, acho que até hoje o rapaz anda bronqueado com o governo, porque ultimamente, pelo Rio Grande do Norte, o sol, a chuva e o calor andam num peleja que só vendo, e pelo que se vê nas previsões, a pisadinha é a mesma Brasil afora.

E para quem não está amuado com a chuva e o sol, e gosta de apreciar os espetáculos da natureza, hoje, 23/04, é dia de Lua Cheia Rosa, mas ninguém precisa ficar desapontado, e muito menos botar culpa em quem não  deve, se ao observar a Lua Cheia desta terça-feira não notar tonalidades rosa, porque, segundo o site NSC Total, o nome da Lua cheia do mês de abril  foi dado pelos povos nativos do Hemisfério Norte, que relacionavam a época do ano ao desabrochar das flores por conta do início da primavera naquela parte do planeta e algumas dessas flores possuíam a cor rosa.

Não há progresso sem ordem

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Durante minha visita ao Açude Marechal Dutra, Gargalheiras, no município de Acari, em 05 de abril de 2024, primeiros dias do esperado sangramento, que não acontecia desde 2011, fiquei apreensivo ao ver a quantidade de adultos e crianças se banhando sobre as pedras que ficam ao pé da imensa parede do sangradouro, com 26 metros de altura. Um mundão de água de natureza praticamente incontrolável, ainda mais diante das chuvas que caiam sobre a região.

Este ano o Gargalheiras em seis dias saiu praticamente do zero e atingiu sua carga máxima, de mais de 44.000.000 de metros cúbicos. Numa velocidade, segundo contam, jamais alcançada. As pessoas que tomavam banho naquele momento estavam em perigo real de sofrerem acidente ou até mesmo perderem a vida.

Ao retornar para a cidade, começo da noite, cruzei a área do mirante e observei que seis soldados da Polícia Militar, assim como alguns fiscais da prefeitura, do Igarn (Instituto de Gestão de Águas do Estado do Rio Grande do Norte) e membros do poder municipal e estadual, conversavam alegremente e ninguém estava atento ao que se passava lá embaixo. Claro que devemos levar em consideração que aquele era um momento de grande euforia para todos, mas não justifica o descaso com a vida.

No dia seguinte soube que algumas trilhas haviam sido vedadas, inclusive a que usei, porém, pelas imagens divulgadas nas mídias sociais, tudo continuava na mesma e vários vídeos de pessoas caminhando sobre o topo da barragem e até mergulhando no açude foram divulgados.

Hoje, 22/04, a Tribuna do Norte divulgou um vídeo em que é possível ver um grupo de pessoas tomando banho abaixo da parede do sangradouro e em dado momento um homem tenta caminhar sobre a pedra, escorrega e é levado pela correnteza. Os relatos dizem que o homem foi resgatado sem maiores gravidades.

Cenas assim são vistas em todas as regiões por onde açudes e barragens sangram devido as boas chuvas que abençoam o Rio Grande do Norte. O poder público precisa ficar alerta e agir com o rigor que a boa norma de segurança exige. As pessoas não podem, nos dias atuais, conviver com perigos e situações vexatórias do arco da velha como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Cada vez mais vemos tribunais exigido o fiel cumprimento de leis, normas e princípios como se fosse a última fronteira para o país alcançar a perfeição de sua autoridade. E tudo sentenciado com uma cara de seriedade de meter medo. Já passou o tempo de aprendermos que placas de sinalização, advertências, leis e normas precisam ser obedecidas sob penas de sofrermos os rigores por elas estabelecidos. Mas, não é preciso cara feia, atropelo as leis e muito menos ameaças veladas, basta que se cumpra o que está determinado sem que se coloque uma vírgula a mais.

Na hora em que burlo os avisos de proibição e decido caminhar sobre a parede de uma barragem, em seu volume máximo, ou tomar banho abaixo de um sangradouro, posso estar colocando alguém em risco, principalmente equipes de resgate, caso aconteça um acidente. Não precisamos de mimos, precisamos sim sermos cobrados para assumirmos as responsabilidades das nossas faltas.

Pois bem, segundo matéria na Tribuna do Norte, o Comandante do quartel do Corpo de Bombeiros, em Currais Novos, tenente Tertuliano, responsável pelo atendimento a Acari, diz que há um patrulhamento ordinário e que aos sábados, domingos e feriados duas guarnições atuam para prevenção e orientação à população, em parceria com a Prefeitura de Acari. Foram fixadas placas de advertências com áreas de risco e até fitas zebradas em áreas onde não é recomendado o banho, mas a população não tem respeitado. “Sempre que estamos lá retiramos as pessoas que teimam em passar para a área de risco. A água ali é bem forte e pode arrastar uma pessoa muito fácil. Informamos o pessoal, orientando. Já teve casos de saltarem com nossa presença. Fizemos advertências incisivas, mas no fim de tarde e até à noite há pessoas que fazem saltos próximos ao sangradouro”.

São coisas assim que afogam a esperança, mas que não ofuscam o brilho e a beleza do Gargalheiras em uma exibição colossal.

Nelson Mattos Filho

O papel oculto da Via Láctea na mitologia egípcia

REPRESENTAÇÃO DA DEUA DO CÉU, NUT

Representação da deusa do céu, Nut, coberta de estrelas, sustentada por seu pai, Shu, e arqueada sobre Geb, seu irmão e deus da Terra )Foto: E. A. Wallis Budge, The Gods of the Egyptians, Vol. 2 (Methuen & Co., 1904))

O povo egípcio se maravilhava já na Antiguidade com os mistérios do cosmos. Eles idolatravam o Sol, a Lua e os planetas, divindades celestiais que influenciavam nas suas concepções de vida e morte. A construção das majestosas pirâmides e as pinturas de Rá, o deus do Sol, navegando pelo céu no seu barco solar são apenas alguns dos muitos exemplos do profundo respeito que eles sentiam pelos astros.

Curiosamente, a Via Láctea, a galáxia que abriga o planeta Terra e o Sistema Solar, parecia não ter desempenhado um papel proeminente na cosmologia egípcia. No entanto, pesquisas recentes sugerem que a nossa morada no universo pode ter sido mais importante para o Egito Antigo do que se pensava até então.

De acordo com um estudo do astrofísico Or Graur, publicado no Journal of Astronomical History and Heritage, a Via Láctea, que seria muito mais visível naquela época sem a poluição luminosa moderna, estaria de certa forma associada a Nut, a antiga deusa egípcia do céu.

Segundo a pesquisa, Nut então não somente representava o caminho para o além-mundo, como já se sabe, mas também exercia o papel importante de guiar os pássaros em sua migração anual. Essa descoberta abre novas interpretações sobre o seu significado na mitologia egípcia.

Nut é frequentemente retratada em textos antigos como uma mulher adornada com estrelas, curvada sobre a terra, protegendo seu irmão Geb, o deus da Terra, das águas caóticas do abismo. A cada amanhecer, Nut dá origem ao Sol, e, a cada anoitecer, o engole, reiniciando o ciclo de vida no dia seguinte.

Ainda que a Via Láctea mude a sua posição no céu, movendo-se de leste para oeste no verão e de norte para sul no inverno – o que coloca em dúvida a ideia de que Nut representava a galáxia – a nova pesquisa descobriu, após consultar numerosos papiros funerários encontrados em tumbas egípcias antigas, representações de Nut com os braços estendidos em ângulos que coincidem com essas variações celestiais.

Usando simulações astronômicas modernas, Graur observou que, no inverno, a Via Láctea parece fazer o traçado dos braços estendidos de Nut, enquanto no verão segue a sua espinha dorsal. Isso sugere uma relação simbólica entre a deusa e a nossa galáxia, embora o astrofísico esclareça: “Não acredito que a Via Láctea seja Nut, isto é, uma manifestação dela. Em vez disso, penso que a Via Láctea ajudou os antigos egípcios a verem Nut cumprindo sua função celestial.”

O estudo também explorou como diferentes culturas interpretam a Via Láctea, e encontrou semelhanças no seu papel como ponte entre a vida terrestre e a vida após a morte, bem como rota para migrações de aves, semelhante a tradições registradas na América do Norte, América Central, Finlândia e no Báltico.

De acordo com a pesquisa, essas analogias reforçam a ideia de que Nut tinha um papel essencial na orientação das almas e dos pássaros, semelhante à forma como outras culturas viam a Via Láctea como um caminho de espíritos. “Esse trabalho é um início empolgante para um projeto maior para catalogar e estudar a mitologia multicultural da Via Láctea”, disse o astrofísico.

Embora seja astrofísico e não egiptólogo, Graur interessou-se por Nut enquanto pesquisava para um livro sobre galáxias. “Minha pesquisa mostra como a combinação de disciplinas pode oferecer novas perspectivas sobre crenças antigas e destaca como a astronomia conecta a humanidade entre culturas, geografia e tempo”, afirmou.

Além do aspecto mitológico, os egípcios se destacaram pela sofisticação astronômica. Eles eram capazes de catalogar estrelas, traçar constelações e monitorar os movimentos de entidades celestes como o Sol e a Lua. Eles também foram pioneiros no desenvolvimento de um calendário de 365 dias, demonstrando sua compreensão avançada do cosmos para sua época.

COPIADO DO SITE CLIMATEMPO. TEXTO DE JOSÉLIA PEGORIM

Energia limpa, mas nem tanto

1 Janeiro Fevereiro (103)

Certo dia, deitado sob a sombra de uma barraca de pescadores debruçada sobre o “beiço” da praia de Serafim/RN, um paraíso encantador entre as praias de Enxu Queimado e São Bento do Norte, ouvindo o ronco surdo e constante dos geradores eólicos plantados sobre as dunas, me perguntei se haveria estudo para saber se aquele som sem fim, ou mesmo se a existência de um possível campo magnético, criado pelas turbina, afetaria a saúde das comunidades em torno dos parques eólicos. Os dias se seguiram e em mesas de bate-papos, regadas com cervejas geladas, onde os problemas do mundo são resolvidos e esquecidos quando passam os efeitos do álcool, conversei com engenheiros, técnicos e médicos, mas nenhum tinha opinião formada, e se tinham, preferiram deixar o assunto ingrato para a próximo rodada de bate-papo. Recentemente vi que a 1ª Vara de Currais Novos/RN, condenou uma empresa de energia eólica a indenizar um morador da zona rural da Serra de Santana, no Seridó potiguar, em R$ 50 mil. O autor alegou que, em razão da construção e funcionamento do conjunto de torres eólicas acerca de 200 metros de distância de sua residência, seu imóvel residencial passou a apresentar trincas, fissuras e rachões, bem como que o barulho constante provocado pela rotação do aerogerador tem causado danos morais diretos à sua pessoa. O juiz, Marcos Vinícius Pereira Júnior, pediu uma perícia técnica  que comprovou os danos e verificou que os sons provenientes das máquinas do parque eólico gerenciado pela empresa geram incômodos na vizinhança. O juiz registrou que fez inspeção judicial no local, constatou os danos e diante da conduta ilícita da ré, destacou “que os ruídos sonoros produzidos pelo funcionamento das torres de energia eólica captados na residência do autor são superiores ao permitido pela NBR 10.151 e pela Lei Estadual nº 6.621/94, gerando incômodo sonoro contínuo ao autor e sua família, especialmente no período de repouso noturno”. Destacando também que o artigo 1º da referida Lei, que trata sobre o controle da poluição sonora em todo o Estado do Rio Grande do Norte, estabelece limites aos níveis sonoros: “É vedado perturbar a tranquilidade e o bem estar da comunidade norte-riograndense com ruídos, vibrações, sons excessivos ou incômodos de qualquer natureza emitidos por qualquer forma em que contrariem os níveis máximos fixados nesta Lei.” Pronto, acho que encontrei a resposta para minha observação!

Fonte: Blog do Xerife

As 10 músicas do século XX mais ouvidas nas plataformas de streaming

10. Com quatro músicas neste top 10, a banda Queen é o destaque da lista, mostrando uma grande popularidade do grupo que era liderado por Freddie Mercury. A primeira faixa a aparecer na lista é “Under Pressure”, lançada no ano de 1981 em parceria com o cantor David Bowie.
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9. Outro sucesso dos anos 1980, este hit da banda The Police liderou a parada musical dos Estados Unidos durante oito semanas, após o lançamento em 1983, ficando também no topo da parada britânica por quatro semanas.
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8. Presente no álbum de estreia do Guns N’ Roses, de 1987, este clássico contribuiu para a ascensão do grupo liderado por Axl Rose e foi incluído na trilha sonora de vários filmes. Seu clipe foi o primeiro de música dos anos 1980 a alcançar 1 bilhão de visualizações no YouTube.
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7. Uma das músicas mais conhecidas da banda de rock Toto, “Africa” também ultrapassou a marca de 1 bilhão de reproduções no streaming, de acordo com o levantamento atual. Lançada em 1982, ela ganhou regravações de diferentes artistas e deu origem a um meme famoso após ser tocada em um episódio de South Park.
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6. Clássico dos anos 1990, “Smells” alcançou o topo da parada em vários países, entre 1991 e 1992, ajudando a impulsionar a carreira do Nirvana. Vale destacar, também, o videoclipe da canção, um dos mais populares na programação da MTV.
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5. Single que acumulou mais de 7 milhões de cópias vendidas, “Another One Bites The Dust” é outra música antiga que continua a fazer sucesso no streaming. Ela faz parte do álbum The Game, de 1980.
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4. A famosa música do Journey foi lançada em 1981 e foi considerada “a maior canção de todos os tempos” pela Forbes, além de ter sido utilizada para encorajar pacientes que se recuperavam da Covid-19 no início da pandemia.
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3. Apontada por pesquisadores britânicos como a “música mais feliz da história”, ela estreou em 1979 e desde então vem trazendo felicidade para milhões de pessoas em todo o mundo.
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2. Maior sucesso do Oasis, “Wonderwall” estreou em 1995 chegando aos primeiros lugares das paradas da Inglaterra e dos EUA, além de tornar o Oasis famoso em todo o mundo. Mesmo assim, o guitarrista e vocalista Noel Gallagher, responsável pela composição, não a coloca entre as suas favoritas do grupo.
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1. Chegamos ao topo do ranking das músicas do século XX mais reproduzidas no streaming com outra canção na voz de Freddie Mercury. “Bohemian Rhapsody” foi lançada em 1975 e não era apreciada pelos executivos da indústria musical, que acabaram errando feio em suas apostas.
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Copiado do site Mega Curioso