Arquivo do mês: agosto 2020

Aviso ao povo do mar

anima_alturaO site do CPTEC/INPE mostra em seu gráfico de animação de ondas que um reboliço de mar vai subir a costa brasileira a partir dessa segunda-feira, 31/08,  e a previsão é de ondas de mais de 4 metros de altura. Para quem pretende navegar, é bom colocar a barba de molho, mas para a galera do surf, o salseiro é um convite para boas manobras.

De um homem de alma livre

03 - março (85)

“A navegação é um compromisso entre a distância percorrida e a fadiga gasta para isto, tanto da tripulação quanto do barco. E a fadiga muito rápido pode se transformar em algo crescente e perigoso”

Bernard Moitessier, no livro O longo Caminho

Dos observadores da alma

11 Novembro (130)

O máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão no qual quer viver!
A liberdade é uma abstração!
Diga-me qual é a sua tribo e eu direi qual é a sua clausura!
Só há liberdade se sua vida for produzida por você mesmo.

Baruch Spinoza

Com os livros a vida é mais livre

12 Dezembro (2)

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida – umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa

Pizza – Uma fatia da história

Pizza marguerita (3)

A história da pizza é escrita em enfarinhadas tinas do mais fino trigo, banhada em boas colheradas de molho de tomate e recheada com sabores que variam ao gosto do freguês, mas alguns historiadores contam que as primeiras fatias foram degustadas por entre antigas civilizações egípcias e turcas, porém, línguas difamadoras colocam lenha de jurema preta no forno de barro e dizem que os egípcios e os turcos entendiam mesmo de pão e que pizza é coisa dos povos itálicos. E agora aqui estou eu, todo pretencioso, querendo acrescentar aspas, virgulas e pontos nessa mistura.

Pois bem, o segredo, se é que existiu, da primeira fatia já vai longe no tempo e deve ser por isso que existe a teima da fonte original da receita, e cá pra nós, seja de onde for, a verdade é que a pizza conquistou o mundo, dificilmente encontraremos uma alma boa para dizer que não gosta, foi nos fornos italianos que ela ganhou fama e a pizza marguerita, a mais afamada, divide com a mussarela e a calabresa, a mesa das três mais consumidas no mundo. Claro que existem divergências de opiniões, mas se a peleja terminar em pizza, tudo bem.

Sobre os discos de massa pululam saborosas curiosidades, como a que diz que antes de chegar a região de Nápoles, reconhecida como berço das “verdadeiras pizzas”, a iguaria não tinha o formato redondo, assumindo essa identidade para facilitar ser consumida dobrada ao meio.

Contam também que a pizza era consumida principalmente por trabalhadores da região Sul da Itália, que acrescentavam ervas e azeites e assim saciavam a fome com um alimento de baixo custo. O molho de tomate foi acrescentado tempos depois com acréscimo de toucinhos, peixes e queijos. Porém, a curiosidade mais marcante é sobre a origem da marguerita.

Os registros contam que por volta de 1889 o rei italiano Umberto I e a rainha Margherita de Savóia, saíram em uma viagem de navio e ao atracar em um porto do reino, desejaram tirar provar da culinária do lugar, que diziam ser famosa. No corre, corre, os assessores do rei convocaram o pizzaiolo Raffaele Esposito, e esse, no afã de incrementar uma receita para encantar a majestade, recheou uma pizza com molho de tomate da melhor cepa, queijo e manjericão, ingredientes que, pelas cores, lembravam a bandeira italiana.

Para fechar a apresentação com chave de ouro, deu o nome de Pizza Margherita, em homenagem a rainha. – Se o rei gostou? – Isso eu não sei, mas a rainha deve ter ficado feliz da vida! Dou por visto o moído nas tabernas napolitanas, com todo mundo querendo saborear, nem que fosse uma lasquinha, a Margherita!

Bem, gosto do sabor exótico da pizza marguerita, Lucia ama, porém, reservo para ela a cadeira número três da mesa, mas não tenho dúvidas em apontar a cadeira da cabeceira para a pizza calabresa, até porque é a que mais gosto e a criançada adora. Já a pizza mussarela, puxo a cadeira da direita e assim vou seguindo no decorrer do cardápio, até me deliciar com todas.

– Ah, tá bom, quer saber sobre a origem da pizza calabresa, não é? Diz a lenda que foi invenção dos americanos do Tio Sam, mas não aposto muitas fichas nesse menu, até porque a linguiça calabresa é uma invenção ítalo-brasiliani, produzida por italianos lá no bairro paulista do Bixiga, e é por aí que vou caminhando.

– E a mussarela? – Essa é fácil! Os itálicos pegavam o disco de massa e colocavam azeite e ervas, então, certo dia, alguém falou: “Estou enjoado desse troço, vamos botar um queijinho para variar? ” Alguém falou: “Bora, acho que tenho um pouquinho em casa. Peraí que já volto! ”. Está vendo como foi fácil a explicação!

Pois bem, antes de servir a última fatia, vou dizer que a melhor pizza mundo pode até ser servida na região de Nápoles, mas a melhor pizza do universo é servida na praia de Enxu Queimado/RN, na varandinha da AVOANTE Pizzas e Saltenhas, pois quem assim sentenciou foi uma criança e, como se sabe, criança não mente. Mas se você não acredita, venha provar e comprovar.

– Tá bom, quer saber do retrato, né? – A foto que ilustra esse fatiado de texto é de uma Pizza Marguerita, com massa integral. Claro que o Esposito, como bom pizzaiolo italiano, jamais imaginou produzir a pizza da rainha com farinha integral, e nem eu, mas os tempos mudam e na pizzaria AVOANTE, a gente quer ver todo mundo feliz.

– Se é jabá? – É não, é pizza!

Nelson Mattos Filho

Meu herói

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Sua benção, meu pai!!! Mais uma vez, muito obrigado pelo carinho, amor e ensinamentos que se mantêm vivos e vibrantes com as cores da paixão. Obrigado por manter acesa a chama da saudade, saudade que aprendi a regar durante os 38 anos de sua subida aos braços do Pai e que regarei eternamente. Ah, pai, sua Cema continua linda, maravilhosa e apaixonante!! Um grande beijo e adoro essa sua foto, lindo, com a farda de Fuzileiro Naval! Ah, não se entristeça com minhas lágrimas, pois são apenas transbordamentos do mar da saudade. 

 

 

 

 

Velas ao vento

regata de pescadores 1999 em macau - erico amorim

Houve um tempo em que o Iate Clube do Natal assumia um papel preponderante, não apenas no iatismo, mas também nas muitas regatas de jangadas e paquetes ao longo do litoral do Rio Grande do Norte. Abnegados como Érico Amorim das Virgens e Claudio Almeida, não mediam esforços para marcar presença ou dar suporte técnico aos eventos. Era uma incessante busca em prol do desenvolvimento do iatismo, em todas as suas vertentes, que foi  o alicerce que deu vida ao sonho de um clube de vela potiguar. Houve um tempo…, mas o tempo passou… A bela imagem que ilustra essa postagem é da Regata dos Pescadores de Macau/RN, em 1999, e faz parte do rico acervo do comandante Érico. 

Uma nota triste e uma lembrança

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Notícia no blog Mar e Marinheiros, dá conta de um acidente fatal ocorrido com um prático, quando tentava embarcar em um navio-tanque que adentrava o porto de Nova York, na quarta-feira, 05/08. Timothy M. Murray, do Sandy Hook, que trabalhava há mais 8 anos no serviço de praticagem naquele porto, caiu da escada que dava acesso ao navio em movimento, sendo resgatado, mas não resistiu aos ferimentos. Em dezembro de 2019, outro piloto da mesma empresa perdeu a vida em acidente semelhante. Lendo sobre os acidentes lembrei que certa feita, estando com o Avoante atracado ao píer do Iate Clube do Natal, e de tanto acompanhar a entrada e saídas dos navios do Porto de Natal, em navegadas lentas e milimetricamente orientadas pelos práticos da Natal Pilots, sonhei em um dia embarcar num brutamonte daqueles para acompanhar a manobra, que achava fantástica. Falei com um conhecido, que trabalhava como prático, e ele disse que não era permitido, mas que talvez eu conseguisse a autorização com o Capitão dos Portos, na época, que era meu amigo. Fiquei sem graça, até porque não era uma situação legal, mas o desejo falou mais alto e fui a luta me encaminhando a sede da Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte. O comandante, escutou meu pedido, respirou fundo, pediu café e água para desanuviar as ideias, levantou da cadeira, me fez também levantar, olhou minha silhueta, de tomador de cerveja e comedor de churrasco, e disse em sorrisos: Nelson, gosto muito de você e jamais queria vê-lo metido em apuros. Meu amigo, aquela escada quebra-peito não é fácil. Sendo assim, fomos caminhando até a recepção da Capitania, onde ele me deu um abraço e perguntou: – Vai ter churrasco no clube nesse final de semana? – Vai! – Posso ir? – Claro, comandante, já está convidado! Na verdade nem pensava em assar uma carninha naquele final de semana, mas juntei a turma e fizemos um churrasco de torar. Fiquei a ver navios, porém, conformado!

Palavra do leitor

LIVRO DIÁRIO DO AVOANTE

Acabei de ler.

Excelentes histórias de quem navegou mais de 10 anos pelo litoral brasileiro e nordestino.
Sempre tive curiosidade de conhecer um pouco mais o vasto litoral do nordeste e o livro mostrou muita coisa que eu nem conhecia.
O mundo da vela é muito fascinante de verdade. Quem sabe um dia eu me aventure pelo Brasil ou pelo mundo.
Parabéns pela coragem de largar a vida em terra para sair velejando e obrigado por colocar as várias histórias no livro Nelson!

Tomaz de Aquino

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De direito e respeito

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