Arquivo do mês: agosto 2014

Aratu Maragojipe. Está chegando a hora

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Está chegando a hora de mais uma Regata Aratu Maragojipe, que vem a ser uma das maiores regatas do Brasil e que este ano chega a sua 45ª edição. A Aratu Maragojipe tem a alma e o calor da Bahia! A largada será dia 30 de Agosto e ainda dá tempo de você inscrever sua embarcação para formar o mar de velas que cruzará a Baía de Todos os Santos num colorido todo especial.

Um Domingo de alegria

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Moramos em um veleiro, mas também aproveitamos tudo o que a vida urbana tem de bom. Foi assim que no Domingo, 24/08, aceitamos o convite do casal Ana e Luiz, ela secretária do Angra dos Veleiro e ele professor de Jiu-jitsu e marinheiro do catamarã Bahia Cat, e rumamos para o histórico bairro da Liberdade, em Salvador/BA, para uma deliciosa feijoada com sobremesa de churrasco na casa deles. Para nossa surpresa o convite era para participar de uma verdadeira festa de largo entre amigos, onde as mesas foram colocadas na rua e a churrasqueira, bastante concorrida, num cantinho de esquina. Familiares do casal anfitrião e vizinhos fizeram a alegria se estender até que a última gota de cerveja e o último pedaço de carne fossem consumidos. Foi um Domingão bem baiano em que fomos na companhia do casal Luiz Sérgio e Cristina, veleiro pernambucano Kireymbaba. Ana, Luiz, familiares e amigos se desdobraram em gentileza e carinho para que tivéssemos um dia maravilhoso. E assim foi e assim mostram as fotos!

Uma viagem para poucos – I

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No mundo da navegação algumas rotas são cercadas de mitos, lendas, histórias, mistérios e algumas pitadas de criativas narrativas. O mar, por si só, sempre foi uma grande fonte de interrogação para o homem e por mais que a ciência tente desvendar os segredos submersos e invada os oceanos com novas tecnologias, os deuses marinhos sempre se mostram soberanos e imunes às novidades dos humanos. A natureza é dotada de infinita grandeza.

Na semana de 11 a 18 de Agosto de 2014 fomos convidados a fazer parte da tripulação do veleiro Argos III na travessia entre Fortaleza/CE e Cabedelo/PB, um trecho de pouco mais de 340 milhas náuticas, mas dependendo de alguns meses do ano, como Julho, Agosto e Setembro, a medida do percurso pode se transformar em uma incógnita de tamanho e alguns respingos salgados de sofrimento. No nosso caso, mês de Agosto, o pior deles. Convite aceito de pronto!

O Argos III é um catamarã de 30 pés, pouco mais de 9 metros, novinho em folha e construído em São Luiz do Maranhão. A travessia de Fortaleza a Cabedelo seria a segunda perna de sua viagem inaugural e participar do começo da história de um barco deixa a gente cheio de vontade. Continuar lendo

Um cruzeirinho básico

Esse casal do Reino Unido planejou pegar o veleiro para uma navegada de alguns dias entre a Irlanda e Espanha, mas gostou tanto do passeio que foi estendendo a viagem mais um pouquinho, mais um pouquinho e quando se deu conta já havia passado 16 anos que perambulava por ai. Clive e Jane dizem que durante todo esse tempo nunca tiveram uma briguinha sequer a bordo e viveram momentos de plena felicidade e muita adrenalina. Veja mais detalhes dessa incrível aventura acessando o site Popa.com.br.  

O boa praça

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Quem um dia já teve o prazer de navegar pela costa nordeste brasileira, aproveitando toda a sua potencialidade e atracou no píer do Hotel Marina, na capital cearense, acho que teve a alegria de conhecer o Armando Banzay. Esse cearense gente boa que aparece na foto de camisa preta ao lado do Eudes, prestador de serviço, não mede esforços e se desdobra em gentilezas para que todo velejador que aporte em Fortaleza tenha uma agradável permanência na cidade. Armando é o gerente da marina e está sempre com um largo sorriso no rosto e pronto para um gostoso bate papo e se o assunto descambar para radiocomunicação, ai é que a conversa dobra de tamanho.  

Crise no setor náutico da Espanha

Embarcación subastada recientemente por la delegación de Puertos de Andalucía.

Uma notícia do Nauta360 demonstra uma faceta da crise econômica que enfrenta a Espanha e preocupa autoridades que cuida da segurança da navegação e meio ambiente. Mais de 10 mil barcos estão abandonados nas marinas e clubes náuticos espanhóis porque seus proprietários não têm condições de mantê-los em uso. A Federação Espanhola de Associações de Portos Desportivos e Turísticos trabalha junto a Associação Nacional de Empresas Náuticas na tentativa de achar uma solução para o problema, mas a situação tende a se agravar, pois as autoridades calculam que em média 800 embarcações ficam inoperantes a cada mês, devido ao fim da vida útil e falta de manutenção. 

Mortandade de pinguins chama atenção no Rio Grande do Sul

Pingui

O número elevado de pinguins encontrados mortos nas praias gaúchas está chamando atenção de pesquisadores e ambientalistas. Somente nos últimos três meses 1.100 pinguins foram achados sem vida no litoral do Rio Grande do Sul em uma distância de 150 quilômetros, segundo levantamento do Centro de Estudos Costeiros da UFGRS. Os animais mortos são da espécie pinguim-de-magalhães e a grande maioria são jovens e imaturos, o que faz os pesquisadores acreditarem que a causa da morte seja a dificuldade de acharem alimentos. Esses animais deixam os ninhos na Patagônia e pegam carona nas correntes geladas em direção ao norte em busca de comida e é até normal que alguns bichos acabem morrendo. Porém, o que chama a atenção é que na última temporada as mortes aumentaram. A poluição, a ação do homem e até o El Nino são objetos de estudo dos pesquisadores. Fonte: estadão/msn 

A bordo do Argos III

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Andei um pouco ausente do blog, mas foi por uma boa causa. Nos últimos dias eu e Lucia estivemos a bordo do Argos III, um catamarã Praia 30, navegando de Fortaleza/CE para Cabedelo/PB, a convite do comandante Fábio Ribeiro. Muitos podem achar que nessa época do ano, soprando ventos de Agosto, essa é uma viagem de maluco e saibam que eles não estão errado de tudo. Hoje já estamos na delícia de um porto seguro, nas águas mornas do belo Rio Paraíba, com o Argos III recebendo os louros que todo grande guerreiro merece. Assim que tiver um pouquinho mais de tempo contarei como tudo aconteceu.  

Carta ao meu Pai

PapaiPapai, hoje é mais um dia de te homenagear. Aliás, todos os dias é o dia de te render homenagem e também a todos os pais do mundo, pois vocês são tão especiais que facilmente se transformam em nossos super heróis.

Hoje olhando para trás me espantei em como a vida caminha rápido. Parece que foi ontem que ouvi o seu trombone acariciar o mundo pela última vez, com aquelas melodias tão suaves que somente o senhor sabia reproduzir. Em meu coração ainda ressoa a alegria de te ouvir tocar com aquele gingado inconfundível. O senhor era o máximo e até os seus colegas de música eram seus fãs.

Por falar nisso, como vai à orquestra do céu nesses tempos de grandes aquisições literárias para o reino do paraíso? Fico imaginando em como deve ter sido boa a festança para recepcionar os incríveis contadores de histórias, causos e contos Ubaldo e Suassuna. Com certeza o senhor deve ter puxado um frevo ou um chorinho para a triunfal entrada desses imortais no mundo dos encantados. Aliás, vocês são todos imortais.

Por aqui a vida segue em frente, mas não com aquela expectativa que tínhamos sobre os futuristas anos dois mil. Nada de carros voadores, naves espaciais cruzando os céus das grandes metrópoles, exércitos de robôs e nem armas de raio lazer. A Lua e o planeta Marte continuam desabitados e nenhum sinal que um dia será. O mundo parece que tem caminhado para trás, tamanho é a barbárie e a crueldade que exalam odores pelos poros das cidades.

Já estamos em 2014 e continuamos convivendo com as mesmas doenças de outrora. A fome continua caminhando faceira pelo mundo. Crianças continuam morrendo e agora também por leniência dos pais e autoridades. Idosos continuam injustiçados e continuamos apostando nas mesmas fórmulas mágicas ditadas pelos espertos da vez. Somos mesmo engraçados e fáceis de deixar manipular.

As guerras são as mesmas, os novos vilões usam os mesmos trejeitos dos antigos, os donos do mundo continuam zoando a nossa paciência, nosso Brasil continua cercado de currais, o expresso 2222 ainda não circulou e o seu Rio de Janeiro continua lindo, mas com ressalvas.

Pai sabe de uma coisa, vou deixar essas notícias ruins de lado e vou falar de coisas boas. Sim, nossa Ceminha está cada dia mais linda e maravilhosa. Dia desses ela andou fazendo umas estripulias que deixou todos nós em polvorosa, mas tudo não passou de um grande susto e a alegria voltou a reinar em nossa casa. Ceminha continua forte como sempre foi.

Continuo no mar e o Avoante continua sendo minha morada por essa vida meio louca e nômade que inventei viver. Até já andei pensando em desembarcar, mas em terra é tudo tão incerto e nebuloso que o pensamento logo se desfaz no vento. Pai, o mundo está muito complicado, amuado e parece até que todos falam línguas diferentes. No mar a vida é mais humana, mais simples e marinheiros se entendem apenas com gestos e intenções.

Ainda guardo na memoria suas histórias dos tempos de Marinha do Brasil e sempre que estou navegando me pego vigiando o horizonte em busca de algum sinal de sua presença. Vou confessar um segredo: Dia desses escutei claramente sua voz enquanto ao longe surgiam nuvens escuras. Olhei ao redor e não vi ninguém e Lucia dormia tranquilamente embalada pelo balanço do barco. Aquilo foi um chamado de alerta e uma indicação de mudança de rumo e sabe Deus se não foi realmente o senhor que estava ali a nos proteger.

Na verdade nem sei o porquê de estar lhe dizendo tudo isso, pois tenho a mais absoluta certeza que o senhor sabe de tudo o que acontece aqui e até esteve junto de Ceminha durante a enfermidade que a derrubou por alguns dias. Talvez seja porque necessito saber mais sobre sua vida ai em cima ou mesmo escutar sua voz ao menos mais uma vez.

Sinto sua falta todos os dias desde sua partida. Naquele dia o senhor era um homem de alma jovem, apaixonado pela vida e por incrível que pareça, tinha um pouco mais do que a minha idade hoje. Naquele dia o senhor queria me dizer alguma coisa, mas as palavras insistiam em se misturar com o nada. Corri como um louco pelas ruas da cidade, mas infelizmente não consegui chegar a tempo. Perdoe-me Pai.

Queria poder lhe dar um abraço apertado, um beijo em sua face, alisar seus belos cabelos brancos, dizer que te amo, levantar mais um brinde, escutar mais uma vez seus discursos entre os amigos e ouvir aquela velha frase do seu grande amigo, Bianor Medeiros, que o senhor gostava de repetir: Por que choras…?

Choro por você meu Pai! Um grande beijo e feliz dia dos Pais.

Nelson Mattos Filho/Velejador

Deve existir outro caminho

01 Janeiro (18)

Guerras, violência desenfreada, vírus fatais, doenças sem controle, agressões e mortes por nada, caos, intimidação a cidadania… . O que vai ser do nosso planeta? Para onde estamos caminhando?