Arquivo do mês: janeiro 2024

Chuva, suor e cerveja

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Acho que de tanto falar por aqui sobre previsão do tempo, hoje me perguntaram se iria chover em Natal/RN. Olhei para o céu, mirei as nuvens, fiz cara de entendido e respondi: – Se chover é coisinha pouca, mas bem o Homem lá de cima poderia abrir as torneiras com vontade, para abafar esse calor de mais de 32º na sombra. Pois é, a capital dos Reis Magos está pegando fogo e nem a histórica e famosa brisa tem dado as caras, e quando dá, vem soprando lufadas do interior das caldeiras. Se bem que pelo interior do Estado, na região Oeste, mais precisamente na cidade de Almino Afonso, essa semana andou chovendo granizo. Valei-me meu Padin Ciço, que o mundo tá perto dos finalmentes! Os informes  dão conta que pelas bandas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste não chovia tanto, em janeiro, desde 1961 e a previsão é de um fevereiro de invernada em quase todo Brasil. Tomará, pois assim, quem sabe, retomaremos a magia dos velhos carnavais, pulando ao som dos metais no frevo de Caetano:   “Não se perca de mim/Não se esqueça de mim/Não desapareça/A chuva tá caindo/E quando a chuva começa/Eu acabo de perder a cabeça…Não saia do meu lado/Segure o meu pierrot molhado/E vamos embolar/ladeira abaixo/Acho que a chuva ajuda a gente a se ver/Venha, veja, deixa, beija, seja/O que Deus quiser…”

Boletim de Verão V

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Muriú, litoral Norte do RN, distante 38 quilômetros da capital, praia de águas mornas, belo e refrescante coqueiral. Dotada de um bonito casario, que apesar dos anos ainda deixa fluir uma aura do bom gosto e da alegria reinante dos veraneios de outrora, em que se viam varandas fervilhando de bons amigos e temperadas com boas cachaças, cajus e peixes fresquinhos.

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Gosto de pisar nas areias de Muriú, porque elas me permitem fazer uma imersão nos tempos mágicos e coloridos da adolescência. As caminhadas nas noites de Lua cheia até a Lagoa do Porão, que nem sei se ainda resiste, para escutar o eco dos acordes do violão e da poesia de Petit das Virgens. As redes armadas na varanda, para o sono da madrugada, sem a preocupação com a segurança. Os carnavais descontraídos, os mergulhos no Buraco da Velha, os discursos inflamados em seus alpendres, o suco de mangaba, as pitombas, os cajus, as farras no bar A Priquita de Guiomar, as deliciosas peixadas de Cioba, Dentão e Pescada, a estrada quase sem fim, e rica em história, por entre canaviais, casarões e engenhos encantadores.

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Dá para ver logo na chegada que Muriú não é mais a mesma. Crescimento desordenado, ruas asfaltadas, trânsito incessante, comércio pujante, muitas casas onde antes eram sítios frutíferos, construções sobre as dunas e largo do Cruzeiro e da Capelinha de São Benedito, totalmente descaracterizado, porém, a beira mar da linda praia do vale do Ceará Mirim ainda deixa transparecer a essência dos veraneios pé no chão, conservando o seu cheiro característico, cheiro de sargaço, cheiro de maresia, cheiro do mar.

E foi envolvido nesse clima de saudosismo que estive por lá, dia 22/01, noite de Lua crescente, atendendo convite do casal Flávio Alcides e Gerana, que na paz do alpendre debruçado diante do mar, choraram a lembrança da vizinhança e de uma prainha que se foi para não mais voltar.

Muriú é uma lenda ainda viva!

Nelson Mattos Filho

Como diz o sertanejo: “O tempo tá bonito!”

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O tempo está meio se lá por aí e por mais que os institutos meteorológicos se esmerem para bem informar, os deuses da natureza dão risadas e aprontam peças que deixam os meninos que reparam as coisas do tempo com os cabelos em pé. Na minha Natal o calor está infernal, apesar de umas promessas de chuva anunciadas nas barras do nascente e do poente. Pras bandas da capitania do Senhor Bonfim, Iansã mandou bater os atabaques e ordenou o noroeste, vento malcriado, a botar para moer. A turma baiana já perdeu as contas de quantos noroestes entraram neste janeiro e estão de olhos aboticados no céu a procura do próximo. No Sudeste e descambando pros lados do Centro-Oeste, contam que a chuva está castigando com vontade. E assim vamos nos aproximando do reinado de Momo e só tomara que os clarins, pierrôs e colombinas acalmem a fúria de Iansã. Para esse final de semana, segundo o gráfico do CPTEC/INPE, o salseiro promete!   

Boletim de Verão IV

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O título de Caribe do Nordeste coube bem no portal de entrada da Praia de Barra do Cunhaú/RN, para mim, a mais bela praia do litoral do Rio Grande do Norte, dona de uma geografia que reúne os mais encantadores elementos da natureza que dão a paisagem um enquadramento perfeito, mar, rio, dunas, coqueiros, manguezais, mata, morro e uma cidadezinha praieira que se debruça sobre o cenário. Barra do Cunhaú está localizada a 85 quilômetros de Natal, e pertence ao município de Canguaretama.

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É difícil não se apaixonar pela Barra, como carinhosamente batizam nativos e veranistas, porque a primeira moldura paisagística, de quem chega pela estrada, é de encher a vista e não tem como não querer registrá-la em fotografia. Ao cruzar o portal de entrada e seguindo pela estradinha que margeia o Rio Cunhaú, a sensação é de ter chegado a um bucólico e fascinante paraíso, daqueles vistos somente em filmes e sonhos. Mas o bucólico fica restrito a primeira impressão, porque a fileira de bares, a praça de eventos e a barulheira das músicas – músicas? –, que ecoam por lá, alteram o tom da sonata paradisíaca.

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É envolvido nesse clima que me vejo todas as vezes que vou a Barra do Cunhaú e foi com brilho nos olhos e alegria na alma, que cheguei por lá dia 17/01, para conhecê-la por ângulos que jamais avistei e sentir o esplendor e a magia de suas entranhas, atendendo ao convite do casal Érico Amorim e Renata, proprietários de uma aconchegante cabaninha praiana no alto do morro, com uma privilegiada varandinha para dar conta dos ventos, das marés, do movimento das embarcações, tudo temperado com uma deliciosa pareia de cachaça com caju, e bons papos.

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Na companhia do casal anfitrião e do casal Lindolfo Sales e Angelina, veranistas de outrora e conhecedores dos segredos daquelas paragens, atravessamos o rio, no paquete de Érico, e fomos nos refestelar no banho de águas claras, mornas e calmas da Praia da Restinga, na divisa da Barra com Baía Formosa. Na Restinga o visitante pode desfrutar de algumas redes armadas dentro d’água, fazer passeios de barcos, explorar a região em buggies, carros 4×4 ou fazer inclusive nada, bastando sentar na areia branquinha e apreciar a paisagem ou a perícia dos velejadores de kitsurf. Os ventos que sopram na Barra oferecem as melhores condições para a prática de esportes a vela. E foi nessa de fazer inclusive nada, que passamos o dia na Restinga, rindo dos causos e jogando conversa fora.

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No dia seguinte embarcamos no veleiro Musa, um Delta 26, do comandante Érico, levantamos vela e tomamos o rumo do Meral, um recantinho enigmático, localizado a pouco mais de 2 milhas náuticas rio adentro e ponto de encontro dos rios Cunhaú e Curimataú, com apenas uma barraca de pescador que dá apoio aos visitantes, servindo deliciosas ostras, e só, assadas numa churrasqueira.

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A navegação até o Meral me fez recordar as navegações pelos rios baianos, velas em cima, tranquila, silêncio total, ouvindo apenas o marulhar do casco do barco cortando água em um canal largo, com média de profundidade de 6 metros, e aqui, acolá, avistando uma canoa de pesca. Aliás, fizemos uma navegação como as dos velhos saveiros da Bahia, subimos o rio na maré de enchente e descemos na maré de vazante. Ó paí, pra que pressa?

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A ancoragem no Meral tem 11 metros de profundidade e exatamente no encontro dos rios. A única dificuldade é rever o aprendizado de ancoragem em situação de luta entre correntes contrarias, de forças diferentes, e vento. Segundo informações de um barqueiro que ancorou próximo, os rios Cunhaú e Curimataú oferecem condições e profundidades para navegação “até mais para frente” e o fundo é lama e sem pedras.

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Só não consegui distinguir com precisão a origem do nome Meral, alguns dizem que ali existem algumas locas que seriam habitat do peixe Mero, outros falam que é uma corruptela do nome Perau, declive brusco no fundo dos rios e oceanos, mas bem que poderia ser “merol”, palavra que alguns usam para definir a porção de bebidas a ser levada para um dia de praia e mar, porque ali, na paz dos anjos do rio e diante do braseiro recheado com ostras fresquinhas, a vontade de tomar umas é grande.

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Diante da natureza em estado bruto, comentei: – Se o acesso a boca da barra fosse balizado ou cartografado e os velejadores cruzeiristas franceses, espanhóis e alemães descobrissem esse lugar, em cada curva ou igarapé desse rio, teria um veleiro ancorado, pois são eles quem mais conhecem e aproveitam o potencial náutico brasileiro.

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Obrigado, Érico, Renata e Érico Filho, pela acolhida maravilhosa.

Nelson Mattos Filho

Boletim de Verão III

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O Verão 2024 no Rio Grande do Norte está literalmente pegando fogo debaixo de um calor de 32º, na sombra, apesar dos alísios do Nordeste, um bem-aventurado presente da natureza que traz mais riqueza e beleza para litoral potiguar. Tá quente, seu miminu, tá quente!

E foi seguindo as cores do Sol que na sexta-feira, 12/01, na companhia de Ceminha – minha mãe -, Tia Cecília e Dona Elizama, pegamos a estrada em direção a um paraíso chamado Praia de Maracajaú, litoral Norte potiguar, que tem entre seus encantos um dos mais belos parrachos do Brasil, que de tão grande e formoso se estende até a praia de Perobas, outro tesouro potiguar.

Saímos de Natal pela ponte Presidente Costa e Silva, conhecida como Ponte de Igapó, que graças aos “iluminados”, ponte e vias de acessos, passa por obra de manutenção e modernização, sendo permitido o uso apenas em pista de mão dupla, causando transtorno a um trânsito já caótico.

Prestando um pouquinho de atenção no que está pronto, na obra anunciada como “monumental”, fica claro que vão inaugurar uma obra já ultrapassada. Mas como na cabeça dos nossos administradores públicos, as coisas são feitas para ontem e não para o futuro, tá tudo beleza! Bem, deixemos de coisa e cuidemos da vida!

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São 55 quilômetros de Natal a Maracajaú, seguindo pela BR 101, uma estrada relativamente segura, bem sinalizada – alguns motoristas insistem em não dar bolas colocando vidas em perigo -, e com muitas delícias servidas ao longo do caminho por ambulantes, tendo como prato principal o famoso Grude de Extremoz, patrimônio cultural do RN. Além do Grude afamado, vale uma parada estratégica na feirinha de Estivas, localizada as margens da BR, próximo a ponte sobre o rio Ceará Mirim, para se deliciar com frutas e produtos da melhor qualidade.

Há tempos não pisava os pés nas areias da bela Maracajaú, que conheci nos anos 70, quando era apenas uma vilazinha de pescadores sombreada por um gostoso coqueiral, e gostei do que vi. A prainha continua linda, apesar do avanço da maré, e muito bem servida de pousadas, bares e restaurantes, que dão conforto e dinamismo a um turismo que tem como foco principal os parrachos. Se bem que, na minha visão de pitaqueiro, o povoado tem um maravilhoso paisagismo natural e uma aura bucólica com potencial para sobreviver tranquilamente ao largo do famoso parracho.

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Fomos atendendo o convite de minha irmã, Bebete, e meu cunhado, Amaro Jordão, proprietários da Pousada Ponta dos Anéis, um recantinho apaixonante com vista privilegiada da linda baía e balizado pelo enigmático Farol Tereza Pança, um importante marco para os navegantes que cruzam os mares do litoral Norte potiguar. O nome do farol é uma corruptela de Teresa Panci, navio italiano que naufragou naquela região na década de 30.

Com o Sol tomando o rumo do berço e aproveitando a brisa fresquinha do finalzinho da tarde, retornamos a Natal, felizes da vida.

Nelson Mattos Filho

Abandono e solidão

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A palavra fica com o Padre João Medeiros Filho, que  escreve semanalmente, terça-feira, para o jornal Tribuna do Norte, e tenho a alegria e o prazer de receber seus textos em primeira mão junto com uma palavra de fé e esperança.

Pode-se ler no primeiro livro da Sagrada Escritura a seguinte recomendação: “Não é bom para o homem viver só” (Gn 2, 18). A solidão é dolorosa, leva à depressão e até ao suicídio. Cresce como um dos grandes males da sociedade hodierna. Em muitos condomínios, os moradores são conhecidos pelo número da unidade habitacional e não pelo nome. Por vezes, não se dão conta do que acontece a seu redor. Isso tudo resulta numa solidão povoada. O ser humano é ontologicamente relacional, necessitando de interação. A vida solitária poderá ser um atalho para a morte. O governo britânico criou o Ministério da Solidão. Considerou necessário existir um órgão para cuidar desse problema e dos efeitos desse mal oculto e silencioso. As maiores vítimas são os idosos, marginalizados pela cadeia produtiva e cuja beleza murchou. São indivíduos com atividades físicas e energias cada vez mais limitadas. Muitos não têm a quem pedir socorro, quando sentem o abismo da depressão se abrir sob seus pés. Este segmento se avoluma nas sociedades consideradas modernas e desenvolvidas.

Os idosos de hoje são órfãos de filhos vivos, esquecidos pelos familiares. Por vezes, seus descendentes moram longe com dificuldades para visitá-los. Em certos casos, os pais podem atrapalhar seus sonhos ou planos de lazer e consumo. Muitos não desejam velhos, dificultando seus fins de semana, férias, passeios, festas etc. E o idoso fica em casa, não raro, pequena e de poucos recursos. Onde estão os amigos do ancião? Doentes ou mortos, em boa parte.

As aposentadorias são exíguas, mal dão para as necessidades básicas. Com a idade verifica-se a progressão das limitações e mazelas. O aumento das despesas: plano de saúde, internações, medicamentos, cuidadores e outros profissionais consome suas fontes de renda. A alimentação torna-se mais onerosa, em razão de restrições alimentares. Os filhos ajudam? Alguns, provavelmente. Todavia, nem sempre com a generosidade almejada. Têm outras prioridades: trocar de carro, investir na decoração do lar, viagens nacionais e internacionais (como levar as crianças a Disney ou alhures), participar de eventos sociais etc. E assim, o declínio da vida de inúmeros idosos é marcado por isolamento, demência, em companhia de um cuidador desconhecido. A solidão aumenta com a diminuição das forças, a dependência, o desaparecimento dos círculos mais próximos de amizade. Atualmente, há também o agravante da violência e insegurança urbana, impedindo que haja um maior contato, deixando os idosos praticamente numa prisão domiciliar. A sociedade moderna tem esquecido o ensinamento bíblico: “Diante de uma cabeça branca te levantarás. Honrarás a presença do ancião” (Lv 19, 32).

Alguns se apegam a animais. Quando morre o companheiro de plumas ou patas, a dor é semelhante à perda de um parente. O confinamento vai aumentando. O solitário não tem com quem partilhar experiências, sentimentos, ideias e recordações de momentos agradáveis que trazem alegrias. Sente-se descartado por uma sociedade, em que predominam o utilitarismo e o egoísmo. Há famílias que progressivamente abandonam seus idosos, não lhes preparando um lugar digno. Leva uma vida em meio a pessoas que ignoram a sua existência. Um amigo nordestino, que vivia no Rio de Janeiro e amava a cidade, comunicou-me que estava voltando para a terra natal. Chegou à conclusão de que se morresse lá, só iriam perceber seu falecimento, vários dias depois, devido ao odor.

No Brasil contemporâneo, onde há uma pletora de ministérios, carece a existência de um órgão especial, voltado para os idosos e solitários. Fala-se tanto em políticas públicas, mas inexistem linhas de ação para cuidar deles com dignidade. É preciso encontrar meios para que uma faixa significativa da população não se sinta à margem da existência, empurrada inexoravelmente para a desmotivação do viver e consequentemente para a morte. Na medida em que se aprende a anular o exílio do próximo, a vida tornar-se-á mais humana. Solidária – e não solitária – deve ser a pessoa. Isso significa ter empatia pela dor e tristeza de outrem. Vale lembrar o salmista: “Mesmo na velhice, no declinar da vida, não me abandones, ó Deus” (Sl 71/70, 18).

Curiosidade para um bate-papo de verão

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Tsunamis são ondas gigantes que se originam a partir de terremotos, vulcões ou outro tipo de abalo que ocorre nos mares e oceanos. Elas possuem um alto poder destrutivo, e sua altura gira em torno dos 30 metros, em média.

O evento ocorrido no ano de 1958 na Baía de Lituya, localizada no Alasca, dá uma amostra significativa do quão violento os tsunamis podem ser: as ondas que surgiram a partir de um terremoto foram muito além da média — a maior delas alcançou os 525 metros, aproximadamente.

Para se ter uma melhor dimensão, essa é uma altura que supera a de diversos monumentos espalhados pelo mundo, como o Cristo Redentor, com 38 m, a Estátua da Liberdade, de 93 m, a Torre Eiffel, com 330 m e o Empire State Building, que tem 381 m.

MAIOR ONDA

Naquele dia 9 de julho de 1958, um terremoto de magnitude 7,9 na escala Richter, ocorrido na falha de Fairweather, provocou a queda de rochas e blocos de gelo no mar e gerou as ondas que avançaram sobre a Baía de Lituya. O local, que é um fiorde, sofreu impactos que até hoje podem ser percebidos na visão aérea.

A maior das rochas que caiu nas águas possuía 732 metros por 914 metros de dimensão, dando forma a um megatsunami. Tal impacto é comparado ao que seria observado a partir da queda de um asteroide no mar, consagrando esse tsunami como o maior da história.

As ondas derrubaram parte da floresta, arrancando árvores pela raiz. Hoje, é possível ver as novas espécies vegetais que nasceram, contrastando com as que já existiam no local na época. Inclusive, vestígios de tsunamis anteriores e de impacto significativo foram destruídos a partir desse evento.

Por outro lado, esta região do Alasca possuía uma baixa concentração populacional, o que evitou uma tragédia, sob o ponto de vista humano, de maiores proporções ainda.

Mas ainda assim, as ondas deixaram vítimas: duas pessoas que haviam saído para pescar nunca mais foram encontradas. Além disso, outras três pessoas que estavam na praia morreram.

Vale destacar ainda que a formação desse cenário catastrófico se deu num período de tempo extremamente curto, impedindo que as pessoas adotassem qualquer medida em busca de proteção. Quem sobreviveu, por outro lado, ficou à mercê da própria sorte.

Algumas testemunhas oculares do megatsunami, inclusive, observaram movimentos que desencadearam os grandes deslizamentos ocorridos na superfície, dando a impressão de que uma das geleiras havia subido e descido. Assim, apesar do grande risco sofrido, elas sobreviveram enquanto testemunhavam o avanço da destruição da costa da baía.

Copiado do site Mega Curioso

Pesquisadores encontram a “Besta do medo”

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Sempre falei que o fundo dos oceanos são fontes intermináveis de segredos e mistérios que o homem vai se deparando a conta gotas. Recentemente uma equipe de pesquisadores descobriu na Groelândia fósseis de vermes gigantes de 518 milhões de anos que eles batizaram de Timorebestia, derivado do termo em latim que significa “besta do medo”. Esses gigantescos predatórios foram encontrados no Sirius Passet Lagerstätte, a mais de 82,5˚ ao norte, onde repousam diversos fósseis do início do período Cambriano. Na escala de tempo geológico, o Cambriano ou Câmbrico é o período da era Paleozoica do éon Fanerozoico que está compreendido entre há 542 milhões e 488 milhões de anos, aproximadamente. Segundo  o coreano Tae Yoon Park, autor sênior do estudo e líder da expedição, os pesquisadores coletaram uma grande diversidade de novos organismos na excepcional preservação em Sirius Passet, e por isso acreditam que conseguirão revelar detalhes anatômicos, incluindo o sistema digestivo, a anatomia muscular e o sistema nervoso desses predadores, contribuindo para a compreensão de como eram e evoluíram os primeiros ecossistemas animais. Eita mundo velho cheio de moídos e mistérios! Fonte: R7/Fatos Desconhecidos

Boletim de Verão II

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Dizem que avô é bicho abestado e digo que é mesmo. Pois foi seguindo no rastro da netinha, Maria Alice, dois aninhos, que embarquei no carro e me mandei pelas estradas que ligam a capital potiguar com as praias do litoral Sul, debaixo de um calor de 32º, e quer saber: Adorei o passeio, o banho de mar nas águas mornas e protegidas da praia de Camurupim, um fascinante recantinho que há mais de 20 anos não pisava os pés em suas areias.

O banho de mar, as águas mornas, a bela paisagem, proporcionando belos ângulos a serem postados nas mídias sociais, não mudaram quase nada, porém, o ordenamento malassombrado de um progresso torto, deram a prainha, que nos remete aos velhos e bons veraneios pé no chão, uma face meio entristecida. Mas tudo beleza, Camurupim não se deu por vencida e ainda insiste em irradiar belas cores, algumas desbotadas, mas a vida é assim.

Quanto ao percurso de 40 quilômetros, que em dias normais, mesmo com embaraços do traçado e devaneios da sinalização, pode ser cumprido em 1hora e 30minutos, mas devido ao início do Verão e todos os resquícios do feriadão de final de ano, foi estendido em mais de uma hora sob um calor de lascar moleira em banda.

Aliás, até a Barreira do Inferno e seu museu aeroespacial, entupido de visitantes fazendo poses para retratos ao lado de foguetes, aviões, radares e equipamentos de controle espacial, o transito até que fluiu bem, porém, ao chegar nas proximidades de uma base policial, em Pium, o transito afunilou e tivemos que passar por um corredor polonês de policiais armados até os dentes, ladeados por umas vinte viaturas cheirando a novo. O motivo da barreira não dou conta e nem percebi ninguém, nem algum automóvel sendo revistados, mas como o marketing político é engenhoso….

Bem, a partir daí o trânsito embaçou, embaçou legal e assim se estendeu até a passagem ao lado do Cajueiro de Pirangi, o maior do mundo, que não para de crescer, acrescentado mais caos ao trânsito e incerteza aos proprietários de imóveis localizados nos arredores. Alguém pode alegar que o trânsito pode muito bem ser alterado e as casas desapropriadas e derrubadas para dar vez a natureza. E pode mesmo, mas porque ainda não fizeram com o trânsito? Quanto as casas, a ideia só cabe na cabeça de quem não é o infeliz proprietário.

Segui em frente, passando por Pirangi do Sul, fortaleza defendida pelo capitão-de-mar-e-guerra-e-cachaça, Kaká Fonseca, Búzios e seu mar de sonhos, Tabatinga, das famosas tapiocas e de um mirante de encher os olhos, Lagoa de Arituba, que estava sufocada de tanta gente, e finalmente Camurupim, que para completar o enrosco do trânsito, a prefeitura local resolveu ativar a coleta de lixo e colocou um caminhão, com cinco homens, para trabalhar na insolação do pingo do meio-dia.

Ufa! Deixei o carro no estacionamento do restaurante Caranguejo do Olavo, peguei uma mesa de fronte para o mar e fui a procura da netinha que tomava banho com o pai, e ao me avistar gritou com um sorriso de encantar: “- Vovô!”

Pronto, ganhei o dia!

Nelson Mattos Filho

Regatas – Formulário de protesto

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Modelo de formulário de protesto que deverá ser adotado por alguns clubes náuticos, organizadores de regatas, a partir de 2024.