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Vai um navio aí, freguês?

CRUZEIRO

Quem junta umas moedinhas num cofrinho de barro ou está com um dinheirinho guardado a espera de um investimentozinho qualquer, taí um negócio que se bem conversado com o china pode até sair por um precinho bem camarada, quem sabe até por R$1,99. – R$ 1,99? – Sei lá, em comércio tudo depende do aperto do dono, do interesse do comprador e do fio de azeite acrescentado numa lábia de afundar navio. Pois bem, o navio de cruzeiro Global Dream II, que dia desses foi anunciado como promessa para ser o maior e mais luxuoso do mundo, está encalhado no berço de um estaleiro alemão e praticamente fadado a ser enviado ao desmanche, mesmo com 80% da obra concluída. O monstro de ferro de 200 mil toneladas, projetado para acomodar 9,5 mil passageiros, em suas 2.500 cabines, e mais de 2 mil tripulantes, estava sendo construído pelo estaleiro para atender o público asiático, porém, dificuldades financeiras, agravadas pelas consequências catastróficas da pandemia covideana, potencializada pela guerra Rússia/Ucrânia, levaram o estaleiro MV Weften, de propriedade da holding Genting Hong Kong, pedir falência deixando o gigante Global Dream II, e outro navio irmão gêmeo, a deriva em um mar tempestuoso de incertezas. Bem, quem gostar de comprar “galinha morta” é só levantar a mão, mas se não quiser se aventurar, basta esperar pelas panelas, com selo alemão, que muito em breve estarão abrilhantando as prateleiras das lojas “Xing Ling”, as bancas de camelô e as barracas de meio de feira. “– É três por dez, freguês, três por dez, três por dez, aproveite!!!!”  

Veleiro Guga Buy de volta para casa

GUGA BUY

O veleiro GugaBuy, do comandante nota mil, Eduardo Zanella (Zanellinha), está de volta ao Brasil, depois de mais de quatro anos navegando nas águas geladas do fim do mundo, e quem conta um pouquinho da pernada da volta, deixando a gente com água na boca, é a velejadora arretada Chris Amaral, em sua página no Facebook. 

Por Chris Amaral

Ontem dia 10 de maio de 2022, às 14:30 a tripulação do Guga Buy zarpou rumo ao Atlântico, depois de mais de 51 meses navegando no Pacífico, na região Patagônica, nosso aventureiro Veleiro está voltando para o Brasil.

Eles passaram a noite em Cabo Gregório e zarparam de manhã para Punta delgada, o último ancoradouro para aguardar a mudança de maré e o vento sul para seguirem viagem até Puerto Deseado, na Argentina.

Sigo enviando os prognósticos de tempo para a tripulação 2x por dia.

Bons ventos tripulação do Guga buy.

Vou contar um pouco como é navegar no

Estrecho de Magallanes.

Todas as 5 vezes que passei por aqui, com 4 tipos de embarcações foi completamente diferente, o único denominador comum é a correnteza.

Em marés de lua cheia ou nova, que alcança até 11m, mantém um fluxo avassalador de águas, nas 2 primeiras angostura a maré enche no sentido Atlântico/Pacífico, em velocidades de 3 a 8 nós, e esquece tudo o que vc sabe sobre marés e correntes, existe um delay, de 2 a 3 horas para que se inverta a correnteza mesmo depois da maré começa a encher ou vazar.

A distância da porta de entrada do estreito de Magalhães, no Atlântico, até o fim da segunda angostura é de 90 milhas náuticas, com profundidades superiores a 70m no meio do canal.

Existem pouca ancoragens boas e seguras nesse trecho para aguardar a inversão da correnteza.

E ainda temos o vento, personagem mais intenso e presente nessas regiões, são os raros momentos de calmaria.

O elemento vento é uma presença forte, castiga, fustiga as árvores e os barcos.

Com todas as informações técnicas que existem hoje, as tábuas de marés, motores e tecnologia para navegação todas as vezes que passei por ali pensei em Fernando de Magalhães, Joshua Slocum, Fritz Roy, entre tantos outros que ali passaram. Qual seria o pensamento deles, como foi para Magalhães entrar num lugar que nem sabia se tinha saída?

E todos os velejadores sem motor, enfrentando aquelas correntezas e ventos constantes que sopram na maioria das vezes contra o seu rumo.

É um lugar para poucos sim, mas é um lugar possível, para quem se prepara.

O GPS

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Não é preciso exigir demais da percepção para sabermos que caminhamos desnorteados, por caminhos desvirtuados, tateando a procura de horizontes e sem a mínima noção do que nos espera na próxima curva da estrada. Mas digo de pronto que não há nada a reclamar e muito menos a temer, porque essa é a mais fantástica característica da espécie Homo sapiens, povo que vive a procurar, porém, quando acha, percebe que não era bem aquilo que queria. Que bom!

O desenho do cachorrinho procurando no GPS a rota até o graveto é de nos fazer rir, mas basta um segundo de reflexão para percebemos o quanto estamos desnorteados e, se brincar, transferindo toda nossa maluquice para os animais. Basta ver que já transformamos gatos e cachorros em gente e a eles damos o melhor das atenções e das leis. E ai daquele que pelo menos olhar atravessado! Não presenciei, mas um amigo ouviu uma mãe dizer ao filho que o cachorrinho, dela, era a coisa mais importante que tinha na vida.

Presenciei, sim, numa esquina de Natal, enquanto o sinal estava fechado e algumas crianças pediam esmola, um motorista, que negou a moeda, sair do carro para proteger um cachorro que atravessava a avenida em meio a freadas e desvios bruscos dos carros. O homem conseguiu alcançar o animal, trouxe-o no colo e todo comovido dizia: “- Ele está perdido, coitadinho! – Ele está perdido!” Olhei para as crianças, pedintes, que em silêncio assistiam a cena e falei baixinho: “Será que estamos tão perdidos assim?”.

O cachorrinho da charge tem razão em fazer uso do GPS para procurar o graveto, porque os instintos dos cães, assim como os do homem, estão terrivelmente adulterados. Antes o homem domava o cachorro, hoje o cachorro doma o homem. Para que danado um cãozinho vai se esforçar em farejar se o homem criou uma ferramenta para esse fim?

O mundo mudou, seu menino, o mundo mudou! Pois é, mudou mesmo e é preciso fazer uma leve correção no rumo dessa prosa, porque até aqui naveguei por mares tempestuosos, cravejado de perigos isolados e foi-se o tempo dos astrolábios, quadrantes, balhestilhas, bússolas e rosa dos ventos, que permitia aos navegantes poetizar sobre as ondas, desvendas segredos da natureza, do corpo e da alma e até escapulir tergiversando diante das escaramuças. Na era do GPS toda navegação é fácil, desde que nenhum imprevisto se apresente, mas aí, é só pôr a culpa no satélite.

Certa vez, ao olhar a imagem de uma Rosa dos Ventos, um rapaz, aluno de uma escola de vela, perguntou o que era aquilo. Ao ouvi a resposta, me olhou nos olhos, riu e falou: “Isso não tem mais necessidade, porque meu GPS diz tudo que preciso saber”. Como diria um amigo: “Me recolhi a insignificância e saí de fininho”. Bem disse o mestre Luís da Câmara Cascudo, ao comentar sobre uma velha chaminé de fábrica, em umas das suas Actas Diurnas: “as coisas perdem a função e desaparecem”.

O velejador, escritor e poeta, Érico Amorim das Virgens, conhecedor como poucos dos mistérios e segredos do litoral do Rio Grande do Norte, não perdoa quando está a bordo de um veleiro e percebe que o comandante, em vez de prestar atenção na proa, não tira olho da telinha de cristal do GPS e não desgruda os dedos dos botões de controle do piloto automático: “Esse pode até ser um grande jogador de vídeo game, mas jamais será um navegador”.

Quando estou em minha cabaninha na praia de Enxu Queimado e algum amigo telefona dizendo que irá me visitar e pede que passe a localização, respondo sem pestanejar: “Passo não! Venha perguntando, porque isso ainda está em voga. Quando chegar em Enxu, pergunte onde fica a casa de Nelson e Lucia, se pelo menos três pessoas não souberem, pode seguir viagem que você não está em Enxu”.

Eh, a charge do cachorrinho é cheia de graça, mas é duramente verdadeira e coloca o homem alarmado diante das próprias ideias de modernidade. Como iremos avançar se não tiramos o olho das telinhas de cristal? Perdemos o referencial de horizonte e nem percebemos o que se passa a nossa volta. Acolhemos amavelmente animais e exortamos vidas, com as mãos estendidas, sobre canteiros e calçadas. Seguimos a linha traçada por um aparelhinho e nada mais importa, mesmo que essa linha nos leve ao infortúnio ou mesmo a morte, como muitas vezes assistimos nos noticiários.

Parodiando o comandante Érico: “Podemos até sermos bons em jogos virtuais, mas nunca voltaremos a ser extraordinários seres humanos”.

O ser humano está perdendo a função. – Mas, Nelson, isso é bom? – Não sei, o futuro é que dirá, e até lá, assim como o GPS, eu também não existirei.

Nelson Mattos Filho

Das coisas inúteis

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O mestre Luís da Câmara Cascudo em uma de suas crônicas, no livro Actas Diurnas, fala de uma velha chaminé, resquício da primeira fábrica de tecidos da cidade do Natal/RN, que se tornou inútil e por isso foi derrubada.

Pelos registros desbotados pelo tempo a chaminé era um marco da história de um povo e assim escreveu Cascudo: “Era um pilone marcando a passagem do gigante Juvino Barreto. Deixara aquele vestígio como uma faraó plantava um monólito, anunciando que vivera e fora grande no mundo. Mas em setembro de 1958 a chaminé foi derrubada, devagar, desmanchando-se, sumindo-se do panorama da cidade o seu perfil vertical, índice de um passado defunto. Não tinha mais utilidade a velha chaminé de oitenta anos. Numa época funcional, não tinha mais função. Desapareceu …”.

Assim como a velha chaminé octogenária da Fábrica de Tecidos de Natal, fundado por Juvino Barreto, um homem que caminhava além dos horizontes do seu tempo, outros marcos históricos da capital dos potiguares foram desvalidados e vieram abaixo em prol dos modernosos e descartáveis rabiscos arquitetônicos das pranchetas futuristas que duram apenas o momento dos aplausos inauguratórios e se desfazem antes que esfrie o sol do verão seguinte.

Porém, não existem culpados, porque as coisas do mundo são regidas pelas mãos do progresso e esse é cada dia mais ousado, irreverente, não sabe caminhar para trás e em seu vocabulário não existe a palavra saudade. Saudade é invenção de poeta! Assim me disse um intelectual de belas letras diante de uma mesa ornamentada com garrafas de cachaça, cervejas estupidamente geladas e um prato de buchada de boi servido de tira-gosto. Sorri, entornei a dose da mais pura branquinha paraibana, olhei o horizonte e por mais que apertasse os olhos, não enxerguei o futuro. No fundo da alma a saudade quis se avexar, mas se aquietou por achar que não era seu tempo de fala.

E foi a procura dos lampejos de um farol, em noite de lua escura, durante meu solitário turno de comando no timão do Avoante, enquanto Lucia dormia o sono das deusas do mar, que percebi que os faróis estavam se tornando inúteis.

“Um; dois; três; dez segundos apagado; um; dois; três…” Onde está ele? Conferi na telinha do GPS a posição e o rumo, mas nada do bom sentinela que tantas vezes acenou em minhas velejadas noturnas sobre aquele pedaço de mar. Insistentemente varri a costa com o olhar e não o encontrei. Bateu uma leve inquietação. Cadê você caro companheiro de solidão? Por que está silencioso? Quem tolheu seus acenos tão verdadeiros? As palavras se foram com o vento e mais uma vez conferi as marcações e o Avoante seguiu em frente, ele também entristecido pela falta do companheiro iluminador de tantos destinos.

“Quando se apagam os lampejos de um farol se avista o próximo”. Assim ensinou meu amigo/irmão, Pedrinho de Neném Correia, conhecedor como poucos dos segredos do reino de Netuno. E assim segui a rota programada naquela noite escura, inquieto, porém, sabedor da certeza, quando na proa um raio de luz se anunciou: “Um; dois; seis segundos de escuro; um; dois…”. Mais uma vez, olhei para trás e apenas avistei as luzes estroboscópicas das antenas de comunicações, que não me diziam nada. Quem desmereceu o farol da popa?

Entre uma visada e outra nos acenos cadenciados do farol da proa, que dava segurança e alento a minha inquietação naquele mar de sombras e vida, olhei para a telinha brilhante do GPS, que em sua frieza anunciava: Tome tento, navegante, que os tempos mudaram! Não pude deixar de sorri e replicar: “Tome tento você, porque o tempo consumirá seus dias mais rápido do que os dias que restam para os faróis”.

“…Numa época funcional, não tinha mais função. Desapareceu…”. Tinha razão o grande mestre Câmara Cascudo. As coisas perdem a função e assim, sem mais para que, o que resta da saudade vai se perdendo sobre as areias de um escaldante deserto, antes banhado e refrescado por oceanos de boas lembranças e lágrimas.

Será a saudade uma coisa inútil?

Nelson Mattos Filho

Quem tem o direito de passagem?

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Respondo sem pestanejar: O precavido!!!

Alarido

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Uma discussão nos grupos virtuais dos amantes do mar, sobre as mudanças nos exames, 2021, para habilitação de navegante amador, me transportou para um bate-papo, a bordo do Avoante, em 2009, durante a travessia entre a ilha de Fernando de Noronha e Natal.

No lusco-fusco de um fim de tarde de sábado oceânico, o comandante Francisco Vasconcelos, na época Capitão dos Portos do Rio Grande do Norte, que fez questão de embarcar no Avoante no retorno ao continente, deixou de lado as dragonas e levou ao centro do cockpit uma sensata opinião sobre as carteiras de amador, que diante das condições de faroeste dos elementos, vento e mar, daquele dia, me fizeram navegar em reflexão até que uma onda estourou na bochecha de bombordo e despejou sobre convés uma deliciosa ducha com a pureza e benção de Netuno.

Vascon, como carinhosamente e chamado pelos amigos que plantou em solo potiguar, falou que as provas de amador precisavam de uma boa revisão para que impingissem mais responsabilidade ao navegante, valorizassem a modernidade que a todo instante saltava aos olhos e oferecessem condições para que todo aquele que desejasse se fazer ao mar assim o fizesse, mas sabendo eles que enfrentariam, verdadeiramente, a força da lei caso descuidassem das suas responsabilidades, pois é assim que acontece em vários países do mundo.

Aliás, em alguns países, como os EUA, a partir de 35 anos, o pretendente a navegante amador não precisa ter nenhuma autorização para comandar uma embarcação, pois as leis vigentes no país já bastam. Para quem tem abaixo de 35 anos, basta um simples teste de orientação, para que ganhe o mundo.

Por aqui temos carteiras de motonauta, arrais, mestre e capitão, todas com provas complexas, mas que na prática não provam nada, e quando o encarteirado se mete em encrencas, escapa, assim como todo encrencado, pelas brechas da lei e ainda passa a gozar de prestígio.

Pois bem, segundo contam, o alarido é porque foram abolidas da prova de capitão amador, 2021, questões sobre Rosa de Manobra, matéria importada das salas de comando das grandes embarcações e que 99,999999% dos navegantes amadores jamais fizeram uso e só têm conhecimento quando pretendem enfrentar a prova de capitão e depois, de tão sem propósito diante das fascinantes invenções eletrônicas que equipam embarcações de esporte e recreio, abandonam o pseudoconhecimento nos cafundós mais inacessíveis dos porões.

Concordo que quanto mais conhecimento e experiência um marinheiro levar a bordo, mas a chance de sucesso na navegação, porém, isso não pode ser impedimento para a realização do sonho dos aventureiros e muito menos para barrar a força da experiência em prol da teoria. Não é uma simples carteira que define um homem do mar e muitos dos grandes navegadores não as reconhecem e até desdenham.

Quando me perguntam o que precisa para navegar para fora do Brasil, respondo que basta ter um barco, a vontade e a disposição de seguir em frente. O demais fica por conta e crédito das informações ditas por aqueles que não navegam além da sombra de uma varanda de clube.

Certa feita, conversando com um navegador alemão, que tinha registrado no diário de bordo mais de uma dezena de voltas ao mundo, ele perguntou quantas vezes eu tinha ido a ilha de Fernando de Noronha no meu barco. Na época, respondi, oito, mas a partir daquele ano só poderia ir se tivesse carteira de capitão. Ele arregalou os olhos e disse: – Por que? Dei risadas, ele balançou a mão em sinal de maluquice e mudamos de assunto.

Fico feliz em saber que a Marinha do Brasil decidiu rever as questões das provas de amador e tomará que aprofunde nessas mudanças, deixando-as mais próxima da realidade de um país com mais de 8,5 mil quilômetros de litoral, que precisa democratizar o seu mar, um dos melhores do mundo, tornando-o acessível a novos navegantes e assim, contribuindo para a implementação de novos estaleiros.

Para que o marulhar tomasse forma de mar grosso e o enjoo fosse maior, deveriam ter abolido também as questões sobre navegação astronômica.

Eh, Vascon, aquelas palavras soltas aos alísios, estão ecoando por aí!

Nelson Mattos Filho

Ever Given – epopeia

Ever Given

Para quem assistiu o desencalhe do navio Ever Given, que paralisou o Canal de Suez por seis dias, causando monstruoso prejuízo ao comércio mundial, e achou que a cena decretava o ponto final na novela, pode ir tratando de preparar a poltrona, comprar mais pacotes de milho para pipoca e botar coca-cola para gelar, porque as imagens da peleja foi apenas um trailer do que está por vir e as cenas já estão sendo filmadas, a todo vapor, nos bastidores. Tudo indica que o rumo aponta não para uma simples novela, mas para uma epopeia e deverá navegar por oceanos tão bravios que nem de longe passou pelas ideias delirantes dos grandes diretores de cinema. Após o desencalhe, o navio foi levado para o Grande Lago Bitter e depois de ancorado recebeu uma força-tarefa de especialistas, com ordem de chafurda até a vida pregressa dos ratos do porão. A primeira pergunta é para desnortear o capitão: – O que deu errado aqui?. Como “sei lá” não consta no quadrinho de resposta e o caboco vai engasgar, os caras devem entabular a segunda: – Esse navio pertence a quem? Essa resposta o capitão vai tirar de letra: – Pergunte outra, porque essa é de prova de medicina? Segundo John Konrad, do site de navegação gcaptain.com, “O Ever Given é um conglomerado multinacional”. O blog Mar e Marinheiro diz que, “o  navio pertence a uma empresa japonesa, que entregou a sua gestão a uma empresa alemã, é operado por um transportador taiwanês, tem bandeira do Panamá e ficou preso no Egito, a situação, rapidamente, se vai tornar um pântano internacional.” Bem, as ações já se acumulam nos tribunais e se brincar vai juntar papel para superar em mais de três tantos a capacidade de carga do Ever. Por enquanto a conta apresentada pelos que se acham no prejuízo dá para comprar uma danação de vacina contra a Covid-19 e ainda sobra uns trocados para as fotos de praxe. Nas seguradoras tem gente que já roeu até as unhas dos pés e a fila de executivos nas portas dos consultórios cardiológicos dá duas dobras em torno do porto. Se você acha que é papo de palhoção, embarque no blog Mar e Marinheiro, se posicione na proa e olhe o horizonte.   

De um homem de alma livre

03 - março (85)

“A navegação é um compromisso entre a distância percorrida e a fadiga gasta para isto, tanto da tripulação quanto do barco. E a fadiga muito rápido pode se transformar em algo crescente e perigoso”

Bernard Moitessier, no livro O longo Caminho

Drake, uma paixão

DRAKE

O Drake é sem dúvida o horizonte oceânico mais sonhado e desejado por todos aqueles que tem partículas de águas salgadas escorrendo nas veias. Sou fascinando para navegar naquelas águas tempestuosas, enigmáticas e que marca para sempre a vida de um homem o mar. Ainda não tive a felicidade, ou infelicidade, sei lá, de navegar pelos mistérios do Drake, mas como navegador sei que diante das coisas do reino do mar, a espera é a senhora da razão. Quem sabe um dia! Enquanto o dia não chega, vou pescando aqui e ali tudo que consigo para alimentar essa paixão. A imagem do artigo, escrito por Luciana Garbin e publicado em março de 2019, no jornal Estado de São Paulo, foi enviado pelo meu irmão Iranilson.  

Dica aos navegantes

navionics

Quando navegamos nos mares intempestivos do facebook encontramos de tudo, de coisas boas a ruins, mas não precisamos jogar muitos apetrechos de pesca, nem muita linha, para pescar boas notícias e excelentes novidades, se bem que, coisas ruins e sem futuro, que enchem nossa alma de tristeza, não é preciso tanto esforço. E foi numa puxada de rede que pesquei na página do amigo Hélio Viana, cabra bom da mulesta, paraibano dos sete costados, que pescou da página do Cap. Herman Junior, que assina o texto, a notícia de interesse ao povo do mar. O texto diz que o novo formato do Navionics “estará disponível em breve”, mas no final de fevereiro de 2019, em uma velejada entre Natal/RN e Itaparica/BA, baixei a versão do aplicativo – que dizia ser o novo – no celular e não notei diferença, mas atesto que a qualidade se manteve. 

Amigos,

O Navionics lançou um novo aplicativo. Seu nome será, anotem aí, “Boating Marine & Lakes”. A idéia da empresa foi criar uma interface mais otimizada que agora funcionará sob a mesma conta, em Smartphones e Tablets segundo informações da empresa também disponível no site oficial do Navionics.
Para os que possuem a versão que será em breve descontinuada, entendam que essa ação foi feita para simplificar os produtos Navionics e toda a subscrição, cartas náuticas baixadas e dados poderão ser transferidas para o novo app.
Segundo informações da empresa, também não haverá nenhuma cobrança adicional para isso. 
Portanto não há motivos para se preocupar, apenas teremos que baixar, transferir nossos dados e aprender a usar a nova ferramenta que como muitos sabem é muito interessante e agora contará com o theActiveCaptain® da Garmin que é uma ferramenta para se compartilhar experiências e informações. 
Portanto, ao que nos parece até o momento, “great news”.
Abraços,
Cap Herman Junior