Depois de dois dias em que estivemos navegando entre Vitória/ES e Búzios/RJ, e por isso fora do ar, mas com o coração apertado de preocupação com o comandate Ronaldo e a tripulação do Timshel, enfim podemos relaxar depois de receber uma ligação do próprio Ronaldo que já estava atracado, e em segurança, no Iate Clube do Espírito Santo. O Timshel foi rebocado pelo pesqueiro Verdão, do Mestre Marcelo, que estava operando na área do ocorrido e não mediu esforços para conduzi-lo até um porto seguro, e o mais importante: Não cobrou um centavo pelo socorro. É assim que funciona a alma dos verdadeiros homens do mar, em que o dever, o senso de ajuda mútua e o prazer de se doar faz a grandeza do ser humano. Mas diante da grande alegria de falar com o Ronaldinho Gaúcho e saber que tudo não passou de um grande susto e mais um aprendizado, quero agora sobrepor alguns comentários sobre os comentários do post E O TIMSHEL AINDA ESTÁ LÁ. O assunto socorro no mar ao navegante amador é um tema que merece atenção e muito debate. Os comentários mostram isso claramente e a Marinha do Brasil precisa ser parte ativa e destrinchar o mais rápido possível o tema. Sou sabedor que a Marinha não faz reboque de veleiro por não ter barcos adequados para tal. Navios de guerra não foram concebido para esse fim. Mas o lema é: Marinha do Brasil, a sua segurança no mar. Já que o Brasil não tem uma guarda costeira, porque não equipar as Capitanias dos Portos com barcos e pessoal treinado para esse fim? Sei também que a Marinha resgata os tripulantes e abandona o barco a deriva. Mas se o comandante e a tripulação não quiserem abandonar o barco? Será que a Marinha vai deixar os tripulantes no mar, por conta e risco, ou vai ficar por perto para um socorro futuro imediato? Acho que a segunda hipótese é verdadeira. O post E O TIMSHEL AINDA ESTÁ LÁ foi meu desabafo diante de tanta incerteza e descaso, mas não tive a intenção de atacar e nem atingir a honra de ninguém, muito menos da Marinha do Brasil, que tenho a mais alta estima e consideração e muito menos do Capitão-de-Mar-e-Guerra (CMG) Marco Antônio Ismael Trovão de Oliveira, Capitão dos Portos do Espirito Santo. Fiquei perplexo sim com a pouca atenção para com um navegante amador em dificuldades no mar, pois em passado recente tive o prazer de conhecer, de partilhar a amizade e ver os métodos de trabalhos de dois ex-capitães dos Portos do Rio Grande do Norte, CMG Francisco Vasconcelos, seu sucessor CMG Alan Kardec e também do atual comandante Capitão de Fragata Rodolfo Gois de Almeida. Numa noite de muita chuva em Natal, ouvi pelo rádio VHF do Avoante, as 10 horas da noite, o pedido de socorro de um pesqueiro que estava afundando a umas 25 milhas ao sul de Natal. Tentei fazer a ponte com a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, mas infelizmente não dava certo e sem ter para quem apelar, liguei para o celular do comandante Vasconcelos, que a essa hora já se encontrava em casa e pronto para dormir. Ele ouviu meu relato e sem pestanejar falou: Nelson, estou indo nesse momento para a Capitania dos Portos e daqui a pouco lhe dou notícias. Em menos de uma hora me liga o comandante Vasconcelos, a bordo do Navio de Aviso de Patrulha, que não recordo o nome, um barco tipo lancha grande, informando que estava indo para o mar tentar localizar o pesqueiro naufragado. Às duas horas da manhã, debaixo de muita chuva, ele liga novamente informando que havia encontrado o pesqueiro e que os pescadores já estavam a salvo. O barco pesqueiro foi resgatado no dia seguinte. Não tenho mais nada a comentar, pois foi assim que aprendi a ver a Marinha do Brasil.
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Concordo integralmente com você.
Abraço
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Eu também. Mas vale o sobre aviso
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Comandante Nelson, parece logico o fato de uma embarcação não ser construida para rebocar outra, exceto os rebocadores, mas tambem nenhuma embarcação é feita para ser rebocada, isso nao impede que seja, abandonar uma embarcação a deriva por não poder rebocá-la parece-me um ato de vandalismo. Quem sabe um pequeno seguro anual deixaria os nao navegadores sossegados quanto ao custo com o reboque quando necessario? O fato serve como aviso.
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É isto ai Nelson, concordo com você na integra.
Um grande abraço;
Augusto Schaeff (FAU)
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Pois é grande Nelson, as vezes a ajuda vem de quem menos esperamos.
Graças a Deus e ao homem não mercenário a tripulação do Timshel estão seguros.
Até breve.
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A meu ,insignificante, ver, a Marinha tem sim responsabilidae moral, não é ela que fiscaliza, fecha lagoas à navegação, obriga aqueles fogos ridiculos que quase incendeiam a embarcação, e proibem isto e aquilo a seu bel prazer, assim deveria sim, ir dar auxilio ao barco (não resgatamos corpos e pedaços de avião lá no cacha prego às nossa expensas) e por que não um barco com tripulação viva e em dificuldades. Capitão Vasconcelos foi um ícone para nós e deveria ser um exmplo para eles próprios. Abraço.
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A fim de ampliar as informações já prestadas pela nota à Imprensa de 13 de março acerca do evento ocorrido e mencionado no título e a fim de dirimir os questionamentos observados na internet sobre os procedimentos adotados por esta Organização, a Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES) informa que, de acordo com a nota anterior, desde que recebeu o pedido de auxílio até que todos os tripulantes da embarcação estivessem a salvos, a Marinha teve contato com o Capitão do veleiro em tela o qual reportou à Marinha sua situação de “à matroca” (sem motores), porém ainda com víveres suficientes e sem perigo eminente para os seus tripulantes (em momento algum o responsável pela embarcação reportou situação em que se fosse necessária a atuação eminente da Marinha para salvaguarda da vida humana no mar).
Conforme a nota anterior, esta Capitania passou a articular a ajuda à mencionada embarcação, por intermédio de comunicação às companhias de navegação que atuam na área e por divulgação na “Vitória Rádio”. Houve, inclusive, ofertas para que se fosse rebocada a embarcação por companhias, agentes de navegação e outras embarcações, porém as mesmas foram recusadas pelo responsável pelo veleiro. Cabe ressaltar que a Marinha do Brasil é somente responsável pela salvaguarda da vida humana no mar (ou seja, a integridade física dos tripulantes), não cabendo a esta instituição o reboque de embarcações, que deve ser custeado, em caso de necessidade, pelos proprietários.
Durante todo período em que o veleiro esteve em dificuldades, esta Capitania manteve contato com o Comandante da embarcação e manteve pessoal em alerta 24 horas a fim de atender eventual necessidade premente de resgate dos tripulantes, o que não foi necessário. A Capitania dos Portos também esteve presente por ocasião da chegada da embarcação em Vitória-ES e não houve qualquer tipo de reclamação por parte de seu responsável
Destaca-se a informação de que durante todo o período, os tripulantes apresentaram perfeito estado de saúde e tinham suprimentos suficientes para sobrevivência.
Informações sobre o desaparecimento podem ser repassadas à CPES por meio do “Disque Denúncia” (27) 2124-6526.
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Caro Senhores, mostrei essas noticias ao meu marido que não quis se responder . Ele nao se importa com comentários mal informados de poucos, e sim com a trabalho que executa. Mas eu nao podia deixar de informar a todos vocês que ele, Sargento da Capitania dos Portos do Espirito Santo passou dois dias na Capitania de prontidão, juntamente com outras pessoas, pronto para prestar apoio ao veleiro por que o veleiro se recusou a receber auxilio na tarde do dia em que comunicou que estava sem leme.
Ele por dois dias deixou de vir para casa por ter recebido ordens de ficar pronto para ir resgatar a tripulação da embarcação caso fosse necessário.
Mas como foi explicado na nota da Marinha, nao se pode usar bens públicos para salvar bens privados. A Marinha salva pessoas, e por diversas vezes ele recebeu ligações e saiu de casa a noite para procurar pessoas e embarcações que estavam em perigo. Pessoas muito mais humildes e com menos amigos do que esse comandante, pois desses ninguém nunca fala… Claro que esse Comandante Vasconcelos foi buscar pessoas em perigo, essa é a missão cumprida por TODAS as Capitanias ontem, hoje e sempre. O Brasil tem sim uma Guarda-Costeira são os Distritos Navais, que desempenham muito bem seu papel. Nao temos os mesmos recursos que os EUA, mas para os desinformados, lá, da mesma forma que aqui, o apoio é dado a pessoa. Quando se salva o barco um inquérito é aberto para apurar responsabilidade, igualzinho aqui, e se for observado algo errado o comandante é responsabilizado, paga multa e todas as despesas, mais uma vez, igualzinho aqui. O que me parece pelas leituras, que foi exatamente isso que o Comandante quis evitar. E meu marido ficou lá… aguardando a chegada dele para poder vir para casa… Há… outra coisa para conhecimento de todos… apesar dos muitos amigos, foi a CAPITANIA que conseguiu o reboque “de graça” para o amigo de vocês tá!!!
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Parabéns comandante, homens do mar tem sal na pele.abracos
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Cara internauta Simone, creio estar a senhora enganada quanto ao aspecto de que não se pode usar bens públicos para salvaguardar bens privados. Em alguns casos não apenas se pode, como se deve.
Se não, vejamos os bombeiros, a polícia, as próprias prefeituras, na construção de diques, escoadouros, etc..
Com relação ao valoroso Sargento, parabéns por sua atitude responsável em que fez o pôde, dentro de suas limitações organizacionais.
Mas, o que se discute aqui justamente é o alcance de tal limitações, discussão esta muito própria e devida pois, imagine a Sra sua casa começando a incendiar-se e os bombeiros, com o carro tanque cheio de água, se negando a apagar o incêndio inicial, já que todas as pessoas já se encontravam em segurança…Acho esta uma discussão justa sim, e fatos como este, envolvendo pessoas que têm um determinado poder de relacionamento, ajudam a levá-la adiante.
Mas uma vez, meus respeitos ao seu marido e espero, de minha parte e com sinceridade, que sejam revistos os conceitos de salvamento no mar, priorizando obviamente a vida humana, mas considerando as possibilidades como um todo, para que ele possa ter uma atitude mais pro-ativa. Penso que ele, como um homem do mar, gostaria disto. De poder ajudar muito mais do que já o fêz dentro de suas limitações.
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Hélio, parabéns pelo seu comentário preciso, oportuno e próprio de um navegante ciente de seus deveres e obrigações. Um grande abraço, Nelson
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Muito interessante tudo isto! Veja bem; de um lado está o Estado, que é sustentado pelos comandantes, limitado à observação dos fatos, até que alguém peça “arrego”. Do outro, está o Comandante do barco avariado avaliando quanto tempo ainda consegue respirar até pedir ajuda à Marinha já que depois vai perder o fôlego para pagar as contas. De um lado, o pobre do funcionário, fica dois dias sem poder ir para casa, observando o Comandante se estribuchar até pedir socorro ou ser ajudado por alguém, do outro, o comandante sofrendo uma tremenda pressão de sua tripulação e de seu senso de responsabilidade tendo que decidir se se afoga agora ou depois, quando for apresentada a conta!
Tem alguma coisa errada nisso, e precisa ser revista!
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