O que tem para se ver naquele lugar?
Essa é mais uma pergunta que sempre ouço quando digo que estivemos em tal lugar e que as pessoas acham que não tem nada, é isolado e não vale à pena conhecer. Às vezes, ainda tento justificar levando para um lado romântico, saudosista e de interação com a natureza, mas meu interlocutor, mesmo assim, não baixa a guarda: “… pode até ser, mas não vale à pena…”. Nessas horas, eu acho melhor mudar de assunto há ter que dar munição a quem estar armado. O que acho mais interessante é que alguns desses interlocutores são velejadores e, por isso, acostumados a interagir com a natureza.
Não é fácil soltar as amarras que nos une as grandes cidades. O esplendor da vida freneticamente em movimento, os reclames insistentes da última moda, os barzinhos super transados, o filme do momento, o último capitulo da novela, o Big Brother, os compromissos sociais, os amigos, a família, o emprego, o salário, as chantagens emocionais e até o bichinho de estimação. Tudo isso é motivo para corromper o sonho de afogar tudo no mar e partir ao sabor dos ventos e das ondas.
Trocar tudo o que a cidade proporciona por apenas um belo recanto isolado de natureza é muita coisa. Muitos até querem, mas tem que ter pelo menos um mínimo pontinho de sinal do celular, um restaurante duvidoso, mas que sirva um bom petisco, o último lançamento forrozeiro de 2 anos atrás e os gritos da galera. Se não for assim não vale!
Uma vez ouvi um pai dizer que não iria passar o final de semana velejando até Camamu/BA, porque o filho estaria com ele a bordo e por isso precisava de mais agito. O filho era um marmanjo de 23 anos e ainda estava acompanhado da namorada. Navegar com o filho era uma felicidade e ele não poderia perder essa oportunidade. Continuar lendo →